Vida, o filme

Críticas   |       |    26 de novembro de 2007    |    0 comentários

Quando a arte imita… a arte!

Rambo, Mogli, Godzila, Rocky, He-Man, ET, O que é o que é, Esperando Godot, Carruagens de Fogo, Superman, Gonzaginha, Os 10 Mandamentos, Onze Homens e Um Segredo, Fernando Pessoa, O Dia Depois de Amanhã, Os 12 macacos, Jesus, Sandy e Júnior. É com muitas referências – do cinema, dos desenhos animados, da música e até da poesia – que o grupo carioca Os Dezequilibrados, nos apresenta Vida, o filme, em pleno Cinesesc.

Fala-se aqui de ficção, de não-ficção e de onde, afinal, está o limite entre o ficcional e o real. O cinema é, portanto, um palco perfeito pra cinco atores meio pirados que ora debatem se a vida real é melhor do que os sonhos, ora encontram o amor de suas vidas, ora matam por amor, ora dançam pelados, ora imitam o Gerald Thomas.

Conforme chovem referências a tudo que se possa imaginar, começamos a sentir falta de alguma coisa que seja autoral, original, própria. Qual é, afinal, a posição deles? Bem, uma das atrizes deixa muito claro de onde veio e pra onde vai: ela é “He-Man, o homem mais poderoso do Universo” e repete isso 777 vezes, uma mais propícia e engraçada que a anterior.

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De brincadeira em brincadeira, de exagero em exagero, voltamos à velha discussão de uma sociedade em que a imagem comanda, uma sociedade em que tudo é espetacular – no pior dos sentidos – e em que nós nos perdemos, de fato, entre vida e filme – pode te parecer estranho, mas tomo aqui por filme qualquer coisa ficcional produzida por qualquer pessoa que esteja a fim e tenha grana.A partir daí dessa confusão, passamos a projetar na ficção tudo o que não podemos ou achamos que não podemos realizar. Mas o que pensar disso? Temos direito de fugir para o sonho? Ou nenhuma experiência ficcional é tão intensa quanto a realidade? Pairam contradições e, no entanto, o que se conclui é que, em muitos sentidos, a ficção e a realidade cada vez se assemelham mais, e se aproximam reciprocamente.Para exemplificar isso, além da citação da Bíblia como a maior obra de ficção de todos os tempos e da incrível aproximação entre Jesus e He-Man (de novo ele), o grupo utiliza trechos de filmes que mostram catástrofes naturais e os relaciona com vídeos de desastres da vida real. Assunto apelão, é preciso admitir, afinal, estamos todos cagando de medo desse tipo de desastre ultimamente, não? Será que a vida vai imitar a arte e veremos os estadunidenses correndo para o México como em O Dia Depois de Amanhã? Bem que seria divertido, mas que dá medo, dá…

5 bobalhões pelados pulando ao som de Sandy Leah e Junior Lima

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