Mapeamento eternamente em constrṳ̣o РBate-Papo com Grupo Har̩n

Bate-Papos   |       |    3 de novembro de 2009    |    0 comentários

Grupo Harén de Teatro – Teresina – PI
Arimatan Martins

1. Financiamento: como o grupo financia seus trabalhos?

Nosso grupo é uma cooperativa, a gente paga todas as despesas e divide todo o lucro. Das bilheterias, das apresentações, de venda de espetáculos e ultimamente a gente tá trabalhando com projetos pra Lei Rouanet, que são muito poucos aprovados os projetos, e alguns projetos como o Myriam Muniz, que a gente tem ganho vários, já ganhamos 3, e agora mesmo vamos circular em janeiro com um projeto de circulação, difundido pela Funarte; e de patrocínio de festival… tem um Festival Internacional de Língua Portuguesa, que envolve todos os países de língua portuguesa. Mas isso pra manter o grupo, não pra nos manter – a gente não tem salário no grupo. O grupo tá pra fazer 24 anos agora em dezembro, temos intercâmbios com Portugal, já viajamos pelo Brasil já fizemos circuito de festival. Então é um grupo, assim, bastante efetivo e afetivo. Ninguém depende do grupo. Todos nós temos trabalhos fora como professor, enfermeiro, funcionário público, médico, advogado, enfim…

2. Diálogo com o entorno: como as questões da sua região estão presentes na obra do grupo e, por outro lado, como o grupo está presente nas questões de sua região?

Isso é o ponto número 1 do nosso trabalho: de resgatar esse homem nordestino brasileiro pro centro da cena, discutir essas questões da linguagem na cultura popular; lógico que nos dias de hoje com todos os aparatos, instrumentos e requintes que a tecnologia e a técnica nos permite. Então nossa formação, apesar de montar autores piauienses, que já montamos quase todos, grandes autores lógico, agora nossa formação ela é do Laban de Londres, do Teatro do Movimento, do Brecht, dessa turma toda, que a literatura do teatro fornece: os russos, os franceses… A gente também não fica atrás desse conhecimento técnico, mas a gente faz questão de manter o grupo com essa perspectiva de uma aproximação pra que não fique mais distante ainda o acesso do público.

3. Fator agregador: qual o fator agregador/ definidor/ de união do grupo?

Primeiro o amor ao teatro. Segundo a identidade entre nós de descobertas próprias, que o teatro é uma via de linguagem para a vida ideais, a necessidade de resistência de cada um, ideais comuns. Por exemplo, fazer arte, ser feliz, amizade, fazer alguma coisa pelo nosso Estado, pela nossa cultura, são pessoas idealistas ainda… Então muito por aí. E a química entre nós que bateu muito bem, a gente é muito amigo, é quase uma família o grupo. A gente briga muito, se ama muito, constrói muito. Nós somos 20 pessoas. Dessas, acho que 15 são o núcleo do grupo e 10 são do grupo original de 24 anos atrás. Nosso grupo abre oficinas para os jovens por não ter escola de teatro ali. Tem só uma agora, recente. Por ser um grupo formador e a gente vai juntando, agregando essas descobertas novas pra integrar o elenco principal do grupo. Temos muito amigos pelo Brasil e pelo mundo afora e cada dia nosso grupo se firma mais como um grupo importante no Nordeste e no Brasil.

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