Pensamentos prolixos movendo em RuÃnas Circulares
O auditório do Bloco X (a Xuxa não estava lá infelizmente) lotou de estudantes do curso de Teatro hoje durante a mesa-redonda Pesquisa teatral: texto e cena com Irley Machado, Ana Carneiro e Sérgio de Carvalho, parte da programação do I Festival Latino Americano de Teatro de Uberlândia – RuÃnas Circulares.
Irley Machado, a diretora de culturas da UFU, transcorreu seu discurso: “estudantes, não saiam por aà tentando escrever sua própria dramaturgia, monte os clássicos, estude a fórmula dramática e só depois de anos comece a escrever.” A professora Ana Carneiro contou sua looooooooonga tragetória no grupo “Tá na Rua”. Sérgio de Carvalho, a grande atração do dia, em vinte minutos fez um balanço rápido da produção dramatúrgica do paÃs após a montagem de “Eles não usam black-tie” e as transformações da cena nos anos 70 (e suas criações coletivas), os 80 (e os espetáculos visuais) e deixou no ar o desejo que tinham na década de 1990 em realizar os trabalhos a partir de textos construÃdos pelo coletivo.
Como a Julie foi embora mais cedo do RuÃnas Circulares, sobrou a mim refletir as discussões e acender a fogueira. Mas como sofro de pensamentos prolixos quando estou na platéia de uma palestra foi extremamente difÃcil formatar uma pergunta ao Sérgio de Carvalho sobre o seu trabalho de dramaturgia e a conversa dele com a conteporaneidade. É complicado para mim fazer o elo entre contemporaneidade e utilização de cânones. Se durante sua fala o próprio diretor disse que a Cia. do Latão nasceu focada em um projeto brechtiano, onde o público passa a tomar partido crÃtico, como então a apr opriação de idéias pode fazer parte dessa construção de uma dramaturgia contemporânea.
Ainda bem que o Sérgio, depois de achar que eu estava falando que eles só reliam Brecht, conseguiu apreender a questão. E traduzindo o seu longo discurso disse que a grande questão não é reinventar a roda, mas achar o ponto em que o diálogo pode ser estabelecido, e que os Ãcones estão aà para serem desmontados.
Quando a mesa já tinha desmontado e minhas inquietações enfim já estavam formatadas, ouvi: “a fragmentação é o caminho mais fácil, o difÃcil é a sÃntese.”
A frase da Irley Machado é tenebrosa… Canhestra… E ouso dizer: CRETINA! Até qdo iremos reverenciar só os mortos?
Estudantes… Escrevam… Encenem… Dirijam… Atuem… Façam arte…
E. a sintese é uma ilusão mediocre de q o mundo pode ser explicado em uma fábula.
Quem acha o fragmento fácil tem uma vida muito difÃcil!
Há braços.