Pensamentos prolixos movendo em Ruínas Circulares

Blog   |       |    17 de setembro de 2009    |    1 comentários

sustinho do sergio

O auditório do Bloco X (a Xuxa não estava lá infelizmente) lotou de estudantes do curso de Teatro hoje durante a mesa-redonda Pesquisa teatral: texto e cena com Irley Machado, Ana Carneiro e Sérgio de Carvalho, parte da programação do I Festival Latino Americano de Teatro de Uberlândia – Ruínas Circulares.

Irley Machado, a diretora de culturas da UFU, transcorreu seu discurso: “estudantes, não saiam por aí tentando escrever sua própria dramaturgia, monte os clássicos, estude a fórmula dramática e só depois de anos comece a escrever.” A professora Ana Carneiro contou sua looooooooonga tragetória no grupo “Tá na Rua”. Sérgio de Carvalho, a grande atração do dia, em vinte minutos fez um balanço rápido da produção dramatúrgica do país após a montagem de “Eles não usam black-tie” e as transformações da cena nos anos 70 (e suas criações coletivas), os 80 (e os espetáculos visuais) e deixou no ar o desejo que tinham na década de 1990 em realizar os trabalhos a partir de textos construídos pelo coletivo.

Como a Julie foi embora mais cedo do Ruínas Circulares, sobrou a mim refletir as discussões e acender a fogueira. Mas como sofro de pensamentos prolixos quando estou na platéia de uma palestra foi extremamente difícil formatar uma pergunta ao Sérgio de Carvalho sobre o seu trabalho de dramaturgia e a conversa dele com a conteporaneidade. É complicado para mim fazer o elo entre contemporaneidade e utilização de cânones. Se durante sua fala o próprio diretor disse que a Cia. do Latão nasceu focada em um projeto brechtiano, onde o público passa a tomar partido crítico, como então a apr opriação de idéias pode fazer parte dessa construção de uma dramaturgia contemporânea.

Ainda bem que o Sérgio, depois de achar que eu estava falando que eles só reliam Brecht, conseguiu apreender a questão. E traduzindo o seu longo discurso disse que a grande questão não é reinventar a roda, mas achar o ponto em que o diálogo pode ser estabelecido, e que os ícones estão aí para serem desmontados.

Quando a mesa já tinha desmontado e minhas inquietações enfim já estavam formatadas, ouvi: “a fragmentação é o caminho mais fácil, o difícil é a síntese.”

desenhando na mesa

'1 comentário para “Pensamentos prolixos movendo em Ruínas Circulares”'
  1. Carlos Canhameiro disse:

    A frase da Irley Machado é tenebrosa… Canhestra… E ouso dizer: CRETINA! Até qdo iremos reverenciar só os mortos?
    Estudantes… Escrevam… Encenem… Dirijam… Atuem… Façam arte…
    E. a sintese é uma ilusão mediocre de q o mundo pode ser explicado em uma fábula.
    Quem acha o fragmento fácil tem uma vida muito difícil!
    Há braços.

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