Lesados e Meire Love
Dossiê Bagaceira
Você vai colocar isso no dossiê da Bacante?
Claro que sim, Rogério.
1ª peça: “Lesadosâ€
“E aÃ, o que achou?â€
“olha vou confessar uma coisa pra você, Demickâ€
“Hmâ€
“Eu tinha visto em Curitibaâ€.
“Ah, você falou. E o que você achou lá?â€.
“Cara, confesso que eu não gostei nãoâ€.
Alguns minutos antes. Ou depois.
“Teve umas modificações, não foi Yuri?â€.
“Sim. Teve mudança de elenco.
“Foi?â€.
“Foiâ€.
“Quem saiu?â€
“Sabe o Cássio?â€
“?â€
“O ator que faz o Cássio no Realejoâ€.
“Desculpa, Yuri. Eu não vi Realejoâ€
“Ah, então. Esse ator, que faz o Cássio, entrou.
“Ahâ€.
“Então, ele trouxe uma nova energia. Um novo ritmo. Isso acaba mexendo, né?â€.
“Vem cá, aquele lance da fotografia, do personagem dele que pega a máquina e tira uma foto, tinha antes?â€
“Não é o que eu tô dizendo? Foi proposta dele, não tinha isso antes, nãoâ€.
Conversa anterior, com Demick
“Você não gostou em Curitiba não, né?â€
“Não, não gosteiâ€.
“Seiâ€.
“Achei uma coisa meio. Como é que eu digo?â€
“Parada?â€
“Nem tanto. Mas uma incorporação de Beckett meio que aleatória, sabe? Como se o contexto em que Beckett produziu os textos dele, com aqueles silêncios, fosse uma mera incorporação estética, sem uma relação mais crÃtica com o nosso tempo, sabe?â€.
Um dia depois.
“Amanhã sai texto meu sobre Realejoâ€
“Ah é? Na Bacantes?â€
“Não, no jornalâ€.
“Mas, você vai escrever lá também, né?â€
“Sim. Mas, no jornal você sabe, eu me disfarço. Lá no jornal eu sou uma senhora finaâ€.
“…â€
“Sabe, que eu me divirto mais escrevendo pra lá, né?â€
“Olhe, olhe o que você vai escrever lá, viu?â€
“Como assim, Rogério?â€
“Ah, o FabrÃcio é meu amigoâ€.
“Seiâ€.
“Ele sempre falou bem… Sim, sabe que a Bacante tá no nosso press kit?â€
“É?â€
“Sim. Escrito em portunhol. Eu vou trazer o press kit, viu. Eu vou mandar pra vocêâ€
“Ah, quero ver simâ€.
Mesmo dia, minutos depois. Pra ser lido com um pouco de tinta de galhofa e de ironia.
“Então, comprem o jornal amanhã. Só vai dar Bagaceira. Tem matéria sobre Realejo e tem crÃtica sobre Lesadosâ€.
“Ah é?â€
“É simâ€.
“Quero ver se vou apertar sua mão amanhã do mesmo jeito que eu tô apertando hojeâ€.
“Mas eu gosteiâ€
“Dessa vez, né. Porque eu Curitiba eu soube que você odiouâ€.
“Foi, mas eu gostei dessa vezâ€.
“Agora você entendeu, né?â€
“Acho que sim. Sabe de quem eu falo na crÃtica?â€
“Não, de quem?â€
“De Frank Miller…â€
“Ah… começou a entender…â€
“De Beckett…â€
“Ah…â€
2ª peça– “Meire Loveâ€
“Daniel, essa aqui é minha amiga Fernanda. Fernanda Ferreiraâ€
“Oi, prazer Danielâ€.
“Ela é do Coletivo Alfenimâ€.
“Ah, lembro, simâ€.
“Eu vi você no Milagre Brasileiroâ€
“Ah foi?â€
“Foi sim.â€
“Foi você que pintou meu rosto naquela cena que os atores se aproximam do público e pintam o rosto das pessoasâ€.
“Ah, desculpa. É que foram tantos rostos (risos)â€.
“Viu Meire Love, ontem?
“Vi simâ€.
“O que você achou?â€
“Ah, eu não gostei nãoâ€.
“Por que?â€
“Olha, não sei dizer não. É que… sabe… aquele temaâ€.
“Que tem aquele tema?â€
“Acho que um tema daqueles… crianças em situação de rua…. Colocado daquele jeito, engraçadinho… Parece que banaliza a coisa, sabe?â€
“Mas, Fernanda, se você de outra forma seria insuportável. Elas são exploradas mas são crianças: se divertem, brincam, se alegram, sonha… Se não fosse desse jeito, com essa moldura de humor, seria insuportável…â€
“Não, eu sei…â€
“Imagina se eles apresentassem esse tema, de crianças exploradas sexualmente, na praia… um tema que já é pesado… Imagina eles dizendo: ah, sou vÃtimas… ah, tenham pena de mim…â€
“Não, isso eu sei… Mesmo assim… eu não gosto nãoâ€.
Silêncio.
“Mas, nada contra os atores, eles são sensacionais. Eu fiz oficina com eles. É incrÃvel como eles pegam as referências todas, de Grotóvksy, Barba, e jogam numa realidade nossa, sabe?â€
“Nada contra o desempenho delesâ€.
“Táâ€.
Um dia antes
“Ei, Astierâ€
“Que foi Demickâ€
“Tu notasse?â€
“O quê?â€
“Que tu dizia umas falas da peça antes dos atores dizerem?â€
“Foi?â€
“Tu não notasse não?â€
“(risos) Acho que não. Foi mesmo?â€
“Cara, tu tinha decorado trechos do texto!â€
Depois da conversa com Fernanda.
“Ei, Titaâ€
“Fala, Danielâ€.
“Tem uma coisa que eu não entendiâ€
“O que foi?â€
“O lance dos sacos?â€
“Não entendeu como?â€
“Não sei, porque eles sopravam aquilo aliâ€.
“Cara, tem muitos sentidos ali. Tem umas analogias diretas, por exemplo, o ato lembra, de cara, o lance dos meninos de rua, cheirando colaâ€.
“Ah simâ€
“Tem também o lance do sopro, que é uma metáfora da vida – Gênesis…â€
“Quer outra cerveja?â€
“Nãoâ€
“Sabe o que acho também? O som. O barulho que eles fazem. Já que os atores não se movimentam, que tão ali nas cadeiras…â€
“Sem fazer a contracena…â€
“é… Então, acho que aquele barulho serve pra marcar umas transições também, né?â€
“Bom, a grandeza do signo teatral é essa, né? Condensar vários sentidos, vários significadosâ€.
7 dias na bagaça
Leia também: crÃtica de Realejo por Leca Perrechil; crÃtica de Lesados, por Julie Codognoto; Meire Love e Tá namorando, tá namorando, por FabrÃcio Muriana a entrevista com o grupo Bagaceira
Adorei!
ótimo ler uma crÃtica tão inovadora na forma.
Donderdag geraakte bekned dat Oh, phu-lease! Ik weet al twee maanden dat die twee een relatie hebben (we wouden Ides in onze vrijgezellenlijst zetten, maar toen kwam de aap uit de mouw ). Alleen wou niemand het bevestigen.En wie was ook de eerste die het bekned gemaakt heeft? Moraal van het verhaal: WE RULE!Als dat geen fles champagne verdient
A Paz do Senhor, queridos irme3os, sou die1cono na Igreja Batista Humaite1 aqui em Se3o Vicente / Se3o Paulo, ne3o recmebeos os materiais para divulgae7e3o de Missf5es Mundiais, segue o enderee7o:Igreja Batista Humaite1Rua Pastor Ney Angelo Pereira, 80 Pq.Continental, Se3o Vicente/SPCEP 11.348-030Telefone do Pastor da Igreja (Pedro Gone7alves) (13) 3564-1641