Mostra Internacional de Teatro de Ṣo Paulo РMITsp

Críticas   |   , e    |    17 de março de 2014    |    4 comentários

A crítica-ausente

Observações e provocações para discutir os limites do que se pode ou não criticar – no teatro, na crítica teatral, na política, no buteco, na praça, na internet, no jornal, no banheiro, na janela, na varanda, na rua, na chuva, na fazenda ou…

Considerando que incluir a “crítica-cúmplice” na estrutura de um festival significa excluir toda crítica que não se pode definir assim, estamos reunidos aqui, em nome da crítica-não-cúmplice-à-priori, para pensar todas – ou quase todas – as ausências, todos os que estamos fora da “crítica-cúmplice”: essa crítica que parece tentar dar conta da totalidade das possibilidades de manifestações críticas e do próprio pensamento crítico. Ao pensar as ausências, a gente se permite, também, pensá-las na MITsp como um todo e, assim, começar a compreender como podemos criar mecanismos para cuidar dos nossos modos de fazer-ver teatro.

Pirando aqui: Semestre passado e nesse semestre eu me matriculei em 2 disciplinas que falam sobre a dita antropologia pós-moderna, da segunda metade do século XX que, grosso modo, critica boa parte da antropologia produzida até então. Um dos maiores fatores questionados é a legitimidade que a antropologia construiu para si própria para falar com propriedade sobre “o outro” – seja na voz do especialista, na voz do “eu estive lá”, seja nas inúmeras formas de poder institucional que se constrói para, em nome do saber acadêmico (ou de qualquer outro interesse), construir uma “verdade” em torno de um povo, uma sociedade, um país, um fenômeno. Olhando para esse texto, e vendo as postagens empolgadas no facebook da crítica “oficial” envolvidas no evento, fico pensando com base em qual autoridade se constrói esse discurso de poder. E em nome de que ou de quem, se considerarmos o quão quixotesco é “ser o especialista” para algo que é tão segmentado, tão restrito, tão pouco difundido como o teatro – que diga-se de passagem não é o teatro popular, o teatro de rua, o teatro acessível a quem não sabe o que é uma mostra internacional ou não sabe que o auditório ibirapuera existe. Existe uma coisa legal pra pensar do recorte antropológico que eu acho que dá pra fazer alguma aproximação aqui: a definição do objeto traz, em si mesma, sua negação, a definição de tudo o que ele não é. E traz a voz de poder do interesse por trás dessa dupla definição. Quando define-se quem é o grupo social estudado, definem-se os limites do que não se encaixa nessa análise. Da mesma forma, quando define-se que teatro interessa a um festival, a que público ele se destina, a quem ele serve, a quem ele interessa, automaticamente também torna-se, igualmente claro, a quem ele não serve, a quem ele não se destina, para quem ele não é feito. E isso é muito mais revelador de quem é essa crítica de que estamos falando, de quem são os produtores, patrocinadores, público. É só olhar quem não está lá, o que não está sendo dito, quem não está sendo beneficiado por esse evento… e, a partir disso, identificar as possibilidades de construção de uma narrativa inversa que dê conta, ao menos, de evidenciar contradições ou vozes destoantes da voz laranja da propaganda do itaú).

Abundam análises cada vez mais pormenorizadas que contemplam leituras de obras cada vez mais individuais e únicas. No entanto, alguns fatos que permeiam a circulação de todas as obras curiosamente não são citados por ninguém. E talvez sejam os aspectos mais fundamentais para determinar o que, de fato, essas obras vão significar ou que efeitos terão ao encontrarem-se com o público – qual público?

Ou será que, em vez de fundamental, isso na verdade nem é crítica teatral? Será que devemos considerar que essas “questõezinhas” sobre a produção e circulação teatral não são o próprio teatro? São outra coisa? Separadinha? Que tem o seu lugar ali no cantinho? Ou nem tem lugar ainda, mas um diiiiiiia, a gente vai criar um lugar só pra discutir essa questãozinha que não é crítica, nem teatro?

Enquanto podemos, às ausências – esses “detalhezinhos” de que a organização e, sobretudo, a “crítica-cúmplice” não tratam ou colocam no espaço ao lado, no fora, na fila:

Ausência número 1: Eu. Você. Nós, os não-convidados

Aqui, no lugar da “crítica-ausente”, assumimos, como quem pula no abismo, a perspectivo do público. Por quê? Porque é o que somos. Desde a fundação da Bacante, desde muito antes e permanentemente. O público ou os públicos.

Estes que são convidados a percorrer 9 teatros em lugares distintos da cidade, sem uma demonstração clara de quem é o responsável por estas salas fora do acontecimento da MITsp – será que as salas viram igrejas ou cine-putaria quando não passam peças? Uma das grandes conquistas da Mostra, essa costura com Ministério da Cultura, Secretarias da Cultura do Estado e Município, Sesc e entidades privadas, como o Itaú, Sabesp, Vivo e o CIT Ecum, é apresentada como um todo só na estrutura do festival. Quase como se estes patrocinadores e apoiadores fossem a mesma coisa e operassem da mesma maneira. O todo da fonte de patrocínio que move o todo do teatro e, agora, o todo da crítica. Tudo “la mesma ueada”, como nos ensina Calderón em Escola? Pode ser. Como o si e o no de Pinochet, onde o não na verdade é o sim. Como na “democracia” pós-ditadura que na verdade legitima democraticamente o mesmo sistema econômico totalitário e desigual de antes. Pode ser. Mas precisamos discutir abertamente para compreender e formular hipóteses juntos. E para trocar, imaginar, criar diferente, se o desejarmos.

Isso falando dos que foram à MITsp. Pensemos agora pela chave da ausência dos não-convidados. Estes, que são, veja você, os “não-convidados” pras festas todas da sociedade (feitas em geral com dinheiro deles, gasto em geral com critérios de pessoas a quem não deram esse direito). Bem, os não-convidados ficaram de fora de mais essa. Alguns, que insistiram muuuuito…, ficaram de fora também, só que na fila, esperando. Outros, que insistiram muuuuuito mais ainda e em um dia mais tranquilo, puderam entrar, depois de 500, 400, 300, 200, 100, 10 convidados-especiais, que por sua vez, entraram depois dos convidados-mais-especiais-que-os-convidados-especiais. Mas, vamos um pouquinho além, QUEM insistimos muito para estar nessa festa, em todo caso? Nós, que já acompanhamos teatro, que somos público-meio-fazedor de teatro, que choramos na peça e debatemos teatro noites à dentro no buteco, que já sabemos que tudo que venha de novo sobre teatro “me interessa”? Se nós, que já desejamos esse encontro, temos que insistir muito, imagina quantos tantos estão mais de fora ainda.

Ainda em relação ao público, a gratuidade (santa gratuidade!), garantida pelos 2 milhões de investimentos em propaganda em vez de imposto, é indiscutível? Em certo ponto, sim. De graça mais justo que cobrado. De graça mais possível que cobrado. De graça pra mais gente que cobrado. A gratuidade, por outro lado, justifica por si toda a estrutura? Garante o encontro com os públicos? A discussão tá velhinha e com dor na coluna, mas vamos de novo: haverá outros custos – econômicos e de outras ordens – envolvidos no ir ao teatro? Vamos falar disso? Ou isso também não cabe no que chamamos teatro e crítica teatral? Ou chega de discutir, vamos fazer nosso próprio festival – de graça, mas, no cerne, igual a todos os que já vimos?

Se, antes de fazermos nosso próprio festival, desenvolvermos um pouco mais esse conceito de gratuidade, principalmente se assumirmos a perspectiva do público, veremos que ele nada tem de gratuito. Numa cidade com uma necessidade colossal de investimentos em cultura, com demandas latentes por mais peças e mais produtos culturais, a gratuidade desloca o preço das entradas para o preço do investimento de horas nas filas à espera de um ingresso que não é possível calcular se virá. Ou seja, não sabemos se seremos os últimos da fila a receber ingressos, então melhor planejar para estar lá, na fila, antes deste último. E isso pode significar três, quatro, ou cinco horas de espera (que não vamos esquecer, são horas de trabalho), para garantir os ingressos. Não sejamos ingênuos, a fruição dos espetáculos é profundamente afetada por esse trabalho prévio à apresentação. E, aliás, a leitura desse condicionamento da fruição é outra notável ausência. Para a cereja do bolo, uma pergunta simples: quem tem cinco horas do seu dia que não sejam vendidas em forma de trabalho para garantia da sobrevivência e pode, então, dedicá-las, não ao teatro, mas à fila do teatro?

Ausência número 2: A cidade. E a rua, essa NOSSA terra de ninguém

Outra ausência notável, agora na curadoria, é a incorporação de pautas que vêm sendo discutidas em diversos âmbitos, mas que o teatro e sua cúmplice crítica insistem em ignorar. Chama especial atenção que não tenhamos nenhum espetáculo que ocupe espaços fora dos teatros, das caixas pretas, num ano em que tudo indica que veremos muita gente na rua. E muita, mas muita repressão a essa presença. Num contexto em que a rua está, evidentemente, em disputa determinante, em que a retomada do uso da rua – tão precioso à arte que quer diálogo amplo e ao convívio e ao encontro – é questão inescapável e provavelmente compõe o principal conflito que enfrentamos e enfrentaremos. Num contexto em que estamos prestes a engolir, com muito gás e violência, a garantia do silêncio futebolístico do orgulho nacional. Se pensarmos a trajetória mais recente de um dos seus curadores, Antônio Araújo, na investigação do lugar do teatro na cidade, fica ainda mais evidente o que falta à MITsp nesse aspecto.

Olhemos para a importância da rua neste momento tão importante. Pós jornadas de junho. Pré copa do mundo. Pós revoluções populares ao redor do mundo (tinha peça da turquia, certo? que coisa). Pós rolezinhos. Pós mudança de gestão municipal em que mudam várias coisas e não mudam várias outras – um momento em que a cidade como um todo começa a discutir a cidade mais do que nos últimos 8 anos. Mas a mostra “contemporânea” é, na verdade, mais contemporânea de um passado recente do que um presente. Ou seja, no recorte que definimos o que é importante falar, definimos também o que não interessa falar. Onde define-se uma vanguarda, define-se também o que não se consolida como vanguarda aos olhos de quem concebe o evento. E por ser um evento “oficial”, patrocinado, grandioso, temos de assumir que vanguarda é justamente tudo o que não se encaixa ali, tudo o que derruba a oficialidade do discurso que determina “o que é e o que não é”. Vale lembrar aqui do urinol de 1917 no salão de nova york.

Ausência número 3: A forma

Não vimos também críticas que dessem conta – ou tentassem – da discussão da forma-festival e da circulação privilegiada da mercadoria. A forma-festival, este fantasma que ganha cada vez mais corpo de inúmeras maneiras, vem acumulando adeptos declarados dentro do teatro. Quanto mais uma peça estiver pronta para circular, mais chance ela tem nas redes de circulação mundial de espetáculos. Igual palmito. Leite. Aveia transgênica. Ou o produto que você tiver pensado agora. Mais econômica e resistente a embalagem, melhor pra circulação. Quer vender? Quer circular? Então ajeita a embalagem de acordo com as demandas do mercado. (A saber: pequena, barata, poucos atores, pouco cenário, se der pra entender sem precisar de legenda, melhor, e não me venha com gíria, nem com vínculos fortes com o território ou público local… – se quiser ser diferente disso, só se você for o sonho de consumo do momento, aí até vale o esforço pra transportar seu cenário-sensacional-última-moda) (por que será que a peça do raffaello sanzio não permitia legendas, mas tinha diálogos tão fáceis de entender que não precisava entender italiano pra poder asssistir (embora seu entendimento cognitivo seja restrito apenas a um universo “iniciado”?) eu tenho um palpite de que aquela peça já nasce com a forma de circulação do festival para que possa existir. e, dessa forma, já determina a que contexto serve e, a reboque, a que contexto não serve) Sabemos, assim, que muitas peças só circulam nos fluxos e na inércia dessas redes. O que perdemos – nós, o público – e o que perde o teatro com essa borda mercadológica desenhada pela rede de circulação?

Ausência número 4: O apego material ou o “é pedir muito me contar que que cês tão fazendo com o meu dinheiro?”

Então, tá. Tem uma lei que permite que, em vez de pagar imposto, o pessoal use a cultura pra fazer propaganda. Entendi até aí. Mas, se é assim, a gente vai lutar pra mudar essa lei, não é isso? A gente vai denunciar esse absurdo? (aqui eu acho que vale um “quer que eu desenhe?” – talvez algum link para algum texto anterior da bacante apontando a crítica ao modelo. porque ainda tem muita gente que não enxerga a contradição da propaganda de graça bancada com o dinheiro público.) (Tem o bate-papo com o Pedro Pires justamente sobre isso! http://www.bacante.org/bate-papo/bate-papo-com-pedro-pires-ator-dramaturgo-diretor-e-iluminador-da-cia-do-feijao/ E tem o Moreira, imperdibilíssimo aqui: http://www.bacante.org/blog/licao-sem-data-ou-so-pra-fechar/) A gente vai propor outro tratamento pras verbas que garantem a produção cultural que é nosso direito? É, mas esse processo é complicado, leva tempo, tem avanços e Anas de Hollanda (e não vamos crucificar só ela, pois o comentário da nossa Ministra da Cultura Marta Suplicy sobre teatro na abertura da Mostra foi quase tão irrelevante quanto os comentários do ghostwriter do Danilo Santos de Miranda nos encartes do Sesc)… Então, talvez, enquanto isso se desenrola, a gente vai brigar também por esse dinheiro, que é o que tem, pra fazer um trampo que acreditamos muito ter valor público não contemplado pela grana do mercado cultural – pelo menos mais que, sei lá, o show da Ivete Sangalo? É uma possibilidade. Mas, já que o dinheiro que eu peguei é de todo mundo e a lei permite critério privado sobre a gestão desse dinheiro… e se… o critério, pelo menos, fosse transparente? Fosse compartilhado? Fosse aperfeiçoando-se? Chegamos, então, à ausência das necessárias análises materiais. Não há, da parte da MITsp, qualquer iniciativa no sentido de abrir as contas e demonstrar de que forma estes 3,5 milhões (opa! Sorry, foram só 2 milhões captados) foram distribuídos para que a Mostra acontecesse. Embora use dinheiro público mais ou menos naquele esquema que acabamos de descrever, não há transparência, que levariam necessariamente a uma reflexão de qual é a melhor maneira, a mais democrática, a mais certeira de fazer uma Mostra de Teatro em 2014. Embora os mecanismos de transparência sejam muitos, isso continua passando longe do teatro, bem como todo tipo de análise material, de superestrutura, em suma, de condições de possibilidade. Não por acaso não vemos tampouco qualquer citação à Lei Rouanet e aos seus efeitos. Muito menos cita-se o Banco Itaú e os seus efeitos.

Citar o Banco Itaú dentro do Banco Itaú? Pode? Falar mal de quem tá te bancando? Em proposições radicalizadas, vimos isso acontecer muitas vezes, não só com o Itaú, e no próprio teatro inclusive (Exemplo já comentado aqui na Bacante: http://www.bacante.org/blog/protestos-do-dolores-no-premio-shell/ ou mesmo nesse trabalho da Lia Rodrigues). Afinal, onde “falar mal” do funcionamento das coisas, senão dentro, quando só há dentro? E, por fim, lembremos, quem foi mesmo que bancou o rolê? Quem fomos mesmo que pagamos a conta?

Epílogo: Da presença

Aí, você, generosamente, faz uma breve reflexão, e se pergunta: o que move um bando de jovens-críticos-ausentes-precocemente-aposentados-ou-não da Bacante a se meterem nessa história? Vocês queriam ter sido chamados pro coletivo de crítica cúmplice? Queriam ter entrada VIP? É isso?

Não. A gente não queria. Quer dizer… só se tivesse espumante… e damasco.

Operar por essa lógica, seria desejar o mesmo tipo de cooptação que os governos vêm fazendo com movimentos sociais. Apaziguar, ser cordial… e de servidão desejante estamos cansados, principalmente no teatro.

O que nos move são as filas que não se movem; a Rouanet, que não se move; os focos miopes de atenção do “mundinho teatral”, que não se movem. E, claro, alguém tem que falar, né? Nem que seja como uma histérica do século XIX para o Freud. Melhor antecipar os sintomas sociais. Tipo, sei lá, jogar bolinha de papel pintada de cinza pra parecer pedra no vidro do Itaú Cultural com uma crítica à gestão privada do dinheiro público que ninguém vai ler e que aliás nem vai quebrar o vidro. Enfim. O que nos move é isso, a vontade de movimento e uma revolta bem parecida com a de quem tem coragem de atirar pedra de verdade. (porque, inclusive, sentimos vontade de ver um teatro que também evidencie essas questões).

caixa quebrado

Foto de Osvaldo Praddo / Agência O Dia retirada daqui

'4 comentários para “Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp”'
  1. Rodrigo disse:

    Amo vocês!
    Esse foi o meu pesadelo com o MIT. Saí pensando no quanto todas essas questões de produção, divulgação etc… etc…. afetam na opção estética da curadoria….De qual perspectiva se diz que algo merece ser visto, merece ser alçado à categoria de paradigma estético contemporâneo…Assisti a um belo espetáculo de dança no CCSP ( consegui o convite porque tenho meus contatos rsrsrsrsrsrsrrs por isso não enfrentei filas) mas, mais do que com o próprio espetáculo, fiquei impressionado e interessado justamente na recepção da platéia e no teor das falas geradas por ele. Uma espécie de histeria receptiva de quem está vendo algo extraordinário, algo que aparentemente estaria distante da nossa possibilidade de realização estética de artistas de segunda linha ( ouvi isso ser dito literalmente por alguns jovens na platéia e por outros nem tão jovens). Saí exatamente com a sensação de que a embalagem do festival carrega nela mesma a sua forma de recepção. Como em uma encenação coletiva em que o espetáculo ( era de fato um lindo espetáculo) é parte do jogo, e nem sempre a mais importante.

  2. Rodrigo disse:

    Acabei de ler a crítica da Folha ao festival. Ela me fez repensar algumas coisas….Os apontamentos do Fioratti são interessantes, mas explorados sem profundidade. Me lembrei aqui da Bacante e resolvi só esticar e esclarecer um pouco meu comentário: Não quero, com o post acima, jogar o bebê fora junto com a água suja do banho. Acho que a iniciativa de criação de um encontro de peças teatrais é maravilhosa e espero que se perpetue e aprimore ao longo dos anos. O problema discutido extrapola muito o evento do MIT festival. Ele, considerado em si mesmo, é uma iniciativa maravilhosa e louvável, mas, como considerar algo EM SI MESMO, sem levar em conta toda a estrutura que o atravessa,possibilita, ordena, dá sentido? Mais do que do festival, falamos de leis de incentivo, acessibilidade, ideologia,formas possíveis e impossíveis de circulação dos bens culturais, formação de público, função da arte etc.. etc.. etc… Enfim, todo um nó rsrsrsrsrsrrs. Penso que Vamos marcar uma cachaça sim! para papear.

  3. Rodrigo, acho que a principal questão é justamente essa: como buscar pensar no evento em sua totalidade, e não apenas nas frações que interessam, fingindo que as que não interessam são menos importantes ou ausentes. (Na verdade, a provocação vai justamente na radicalização disso: por que “não interessam”? a quem “não interessam”?)

    A questão é como pensar o teatro contemporâneo não apenas por suas obras, mas sobretudo pelas condições que fazem com que essas obras existam – afinal o que torna uma obra (ou evento, ou festival) relevante, ao menos para mim, é justamente o contexto em que é realizada e como ela se conecta (ou não se conecta) com a realidade em seu entorno…

    Enfim, essa cachaça urge! Abração!

  4. Juli =) disse:

    “Histeria receptiva”é uma expressão, hein! 😉 Também adoro “artistas de segunda linha”, que lembra linha de montagem! rs Acho que teu comentário ampliou as possibilidades do pensar por aqui, Ro. E, como sempre, mais do que tudo: CACHAÇA!!! (mas pode? pode falar de cachaça num ambiente de discussão crítica de teatro? lugar de cachaça é na crítica? hihi)

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