Mapeamento eternamente em constrṳ̣o РBate-papo com a Cia Flor e Espinho

Bate-Papos   |       |    3 de novembro de 2009    |    0 comentários

Companhia Flor e Espinho – Campo Grande – MS
Representante: Anderson Lima

1. Financiamento: como o grupo financia seus trabalhos?

Acaba sendo por editais, a grande maioria mesmo do financiamento do grupo é edital, seja municipal, estadual ou federal, mas é basicamente isso. Aí existem vários: pra montagem, pra circulação, pra pesquisa. Isso com verba pública, isenção fiscal não, porque na nossa região isso não acontece, as grandes matrizes estão nos grandes centros, então Lei Rouanet nunca existiu pra lá, o estado nunca teve um projeto de captação, aprova, mas não consegue captar, então pra gente não é uma realidade, não existiu. A bilheteria é complicado, acontece na estréia, primeira semana e depois já é complicado, então não dá pra viver… Viver da bilheteria é uma realidade distante. Os artistas vivem do grupo, agora o grupo faz algumas atividades além dos espetáculos, dá oficina, uma série de formações que acabam complementando a grana.

2. Diálogo com o entorno: como as questões da sua região estão presentes na obra do grupo e, por outro lado, como o grupo está presente nas questões de sua região?

O grupo desenvolve uma ação política bem forte no Estado, uma das missões do grupo é isso, chegar com um pensamento pertinente à sociedade contemporânea e isso com certeza influencia, está ligado ao que a cidade e o Estado produzem de necessidades. Não que seja uma busca do grupo trabalhar específico regional, não… A gente vê o pensamento que seja pertinente, a gente trabalha com teatro autoral, os textos são feitos em processo colaborativo, vai atrás de alguém pra escrever, mas nós não temos essa ligação de querer pegar algum assunto da cidade, não. Agora, ação política, sim. A gente realiza um Festival, por exemplo, que está sendo um divisor de águas, está conseguindo trazer uma mudança política grande na cena teatral do Estado, com a união dos grupos, uma série de benefícios que veio depois do Festival… a presença no Conselho Municipal de Cultura, aqui no Próximo Ato, então a gente tem essa preocupação, sim, de estar sempre ligado às questões política e contribuindo.

3. Fator agregador: qual o fator agregador/ definidor/ de união do grupo?

Eu acho que… Não sei se eu saberia responder. É um trabalho, né? Pra gente, o teatro, acima de tudo, é um trabalho. A gente até ouve algumas coisas, como: “ai, é um privilégio trabalhar com teatro”, mas não se imagina que toda profissão tem as dificuldades. Pra gente é um trabalho… E é um trabalho que, claro, dá um prazer enorme em fazer, as pessoas vivem em comunidade, o grupo são pessoas que têm um lado humano, de amizade, vínculo, também muito grande. Fora isso eu acho que seria muito subjetivo falar outra coisa. A gente tem um olhar bem… A gente se debruça bem no efêmero. E tem uma linha de atuação, um teatro mais físico desprovido de muitos recursos tecnológicos, mas a gente tenta não estar rotulando muito, não, a gente tá construindo uma linguagem que está calcada em várias teorias, mas a gente tenta se libertar um pouco disso também.

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