Colabore
Manual de Redação da Bacante
(Porque a gente acha chique ter um Manual de Redação.)
I – Das Condições Gerais para Publicação (ou Como é que é a bagaça funciona?)
1 – O primeiro passo é certificar -se de que você realmente quer escrever pra Bacante. Como? Dá uma lida em alguns editoriais, leia sobre as peças de que você gostou. Veja se aqui é teu lugar mesmo. Se não for, não fique frustrado. Manda um e-mail que ajudamos você a fazer um blog ou passamos o link do Overmundo.
2- Lembre-se. Somos que nem ONG: não temos grana pra pagar por frilas, mas aceitamos colaboração de voluntários de muito bom grado. Então se seu objetivo é ganhar uns trocados com o a crÃtica teatral, participe da próxima palestra com a Bárbara Heliodora.
3 – É importante que o texto tenha humor – alertamos que humor é um troço quase sempre diferente de piada pronta (embora a gente sempre solte umas péssimas por aqui). Se você não consegue fazer humor, manda um e-mail, que a gente passa o telefone da Dercy Gonçalves (ops! não dá mais)… Brincadeirinha, mas o humor é mesmo essencial. Não precisa forçar a barra para encaixar piada onde não cabe, mas se houver a oportunidade, não se reprima (já dizia Ricky Martin). Ah sim, também não precisa se levar a sério, e muito menos nos levar a sério (nós não levamos).
4 – Sinceridade é a palavra demodê que mais gostamos de usar. Procure não criticar peças de amigos, pra poder ser realmente sincero. Essa é a única defesa que você tem quando pintar gente chateada com tua crÃtica. Pode perguntar se a pessoa preferia que você tivesse mentido… mesmo que ela prefira, ela vai dizer que não. A gente não acredita em imparcialidade e, por isso, preferimos assumir a parcialidade deixando-a explÃcita, até pra poder dar subsÃdio para que o leitor perceba o ponto-de-vista em que o texto se estrutura.
5 – CrÃtica, na origem da palavra, quer dizer colocar em crise. Humor e sinceridade são ferramentas que podem colocar em crise qualquer coisa – sejam peças de teatro ou o que quer que seja passÃvel de crÃtica. Lembre-se, inclusive, que a sua crÃtica possivelmente será criticada pelos leitores.
6- Adjetivos dizem muito quando querem dizer alguma coisa. Quando a gente assume que a visão é pessoal, é inevitável que a gente coloque adjetivos no texto, mas é bom que eles contribuam. Ao dizer que algo é bonito, vale dizer por que é bonito. O adjetivo “interessante”, então, nem se fala…
7- Ao escrever sobre uma peça, não precisa se limitar ao palco. A platéia é um espetáculo à parte. O público – assim como o local, o preço do ingresso, a qualidade do espumante ou a limpeza do carpete – pode dizer muito sobre aquilo que está sendo apresentado. Se isso tudo acaba dizendo muito mais que o próprio espetáculo, sem problemas!
8 – Quando o tÃtulo da peça aparecer pela primeira vez no texto, coloque-o em negrito utilizando a linguagem html, se você souber. Se não souber, pergunta que a gente explica. Se o tÃtulo não aparecer nenhuma vez, significa que possivelmente ninguém saberá qual é a peça que você acabou de criticar, então recomendamos que apareça.
9 – Sempre que enviar um texto, sugira uma cotação, tÃtulo e chamada. Se você não nos enviar essas informações, seremos obrigados a colocar por você, e aà é por sua conta e risco. A gente, de nossa parte, vai se divertir bastante. Não entendeu? Volte para o tópico nº 3.
10 – Cotações são uma continuação da crÃtica. NÃO É UMA NOTA! Estrelinhas a gente deixa pro pessoal do Guia da Folha e pros professores. Aqui a cotação é uma brincadeira, e não uma compensação pra traumas escolares. Nós fazemos um comentário a mais, que pode sintetizar, ampliar, achincalhar, elogiar, enfim, pode ser o que você achar que precisa ser a cotação. Sempre começando com um número, que é pra parecer cotação. Dê uma olhada em algumas cotações por aqui antes de fazer a sua.
11 – Chamada é aquela frase horrÃvel que colocamos na home, abaixo do nome da peça. Em tese, era pra convidar os usuários a acessarem as crÃticas. Mas pode ser também mais um motivo pra piada (na verdade, sempre é um motivo pra piada).
12 – TÃtulo. Bem, se você não sabe o que é tÃtulo, ou sua crÃtica é pós-dramática e rompe com padrões, ou você não está apto pra escrever um texto. Neste caso, mande um desenho.
II- Da internet e suas informações sem hierarquia (ou Que puta zona, não?)
1 – A gente sabe muito pouco de internet. Mas tem alguns pontos cruciais pra usar o meio que aplicamos aqui. Links, texto, fotos, vÃdeo e informação horizontalizada são pontos iniciais.
1.1 – Link, na tradução literal do inglês, quer dizer elo, conexão, ligação. Na internet, o link é tudo aquilo que os outros meios não têm. Use-os sem medo na sua crÃtica. Não se preocupe com a qualidade da informação pra onde você linka. Se achar que vale a pena linkar um filme pornô, linke. Se achar que vale a pena linkar a foto do ator apagando as velinhas no aniversário de 5 anos, não titubeie, linke. Aqui até a Wikipedia é informação oficial, se você quiser.
1.2 – Texto é muito mais do que o que usamos na Bacante. Mas não se sinta tolhido. Se achar que vale a pena fazer uma crÃtica em poesia, manda brasa. Fazer uma crÃtica binária, em zeros e uns, manda brasa. Use o espaço do texto como achar que precisa.
1.3 – Fotos levam sempre o crédito. Se estiverem no site do grupo de teatro, coloque “divulgação” até apurar o devido autor. Se a foto for sua, fica a seu critério colocar ou não o autor.
1.4 – VÃdeos são outra diferença essencial entre nós e a mÃdia impressa. Até hoje ainda não criaram um papel que exiba filmes do Youtube. Enquanto isso, vamos usar o que temos de melhor e colocar vÃdeos nas crÃticas. Sempre que valer a pena, claro.
1.5 – Horizontalidade da informação é uma forma chata de dizer que a internet é terra de ninguém, exatamente porque é terra de todo mundo. Os portais acreditam que têm credibilidade. Nós acreditamos que credibilidade se constrói e se perde com o soprar do vento. Tem tanta relevância o que for postado nos comentários, quanto o que você escreveu. Então entra na fogueira sem medo de ser feliz, ainda que com algumas queimaduras.
2 ? O bom de trabalhar com internet é que os leitores comentam (em geral xingando). Tudo fica aberto pra quem quiser ler, porque é legal tornar transparente não apenas a opinião sobre a peça, mas também a repercussão que essa opinião gera. Faz parte da nossa polÃtica responder o máximo de comentários possÃvel (pode deixar que a gente avisa você quando seu texto tiver novos comentários). Em geral, quem responde é o próprio autor do texto, mas tem vezes que os outros não se seguram e respondem também.
III- Da edição (ou Quem mexeu no meu texto lindo?)
1- Calma, a gente é doido, mas não vai fazer nada se você não quiser. A edição passa por um Conselho Editorial composto por FabrÃcio Muriana, Juliene Codognotto, Leca Perrechil e MaurÃcio Alcântara. Nosso objetivo é zuar o seu texto – no melhor dos sentidos.
2- Se o seu texto estiver de acordo com este Manual, provavelmente só vamos mexer nas suas vÃrgulas (a gente sempre mexe nas vÃrgulas), mas não vai doer nada.
3- Se o seu texto não estiver de acordo com este Manual, vamos nos dedicar muito a fazer ele ficar. Se não ficar… talvez a gente publique mesmo assim.
4- O texto será pitaqueado e será enviado de volta pra você todo colorido. Cada membro do conselho tem sua cor, então não se assuste com nosso carnaval. Trocamos nossas cores semanalmente, porque todos nós sempre queremos pitaquear em carmim. Você mesmo faz as correções que achar convenientes e nos manda de volta. Nesta resposta, vale nos xingar. Cuidado: costumamos aplicar o item (I ? 3) também na edição.
5- O critério de seleção dos textos é totalmente parcial, tendencioso e obscuro.
6 – Pode ser que, no fim das contas, a gente opte por não publicar seu texto. Por favor não se ofenda. Possivelmente é porque seu texto é bom demais para uma revista ruim como a nossa.
Adendos finais e abraços pra mãe, pro pai e outro especialmente pra você:
Se você conseguiu ler tudo isso até aqui e acha que todo tipo de manual mais atrapalha do que ajuda, bem vindo a nossa equipe. Mande sua cartinha para
contato@bacante.com.br