Mapeamento eternamente em construção – Bate-papo com Grupo Cuíra de Teatro

Bate-Papos   |       |    3 de novembro de 2009    |    0 comentários

Grupo Cuíra de Teatro – Belém do Pará – PA
Representante: Karina Janssen

1. Financiamento: como o grupo financia seus trabalhos?

O financiamento do Grupo Cuíra e de todos nós é ora por políticas nacionais, como o Prêmio Miriam Muniz, que é uma das poucas políticas nacionais que chegam lá, isso é importante dizer… Tem também um edital local da cidade que não cobre todas as demandas, mas ele existe, e muitos dos nossos projetos são bancados individualmente, os artistas tiram do bolso e bancam seus projetos.

2. Diálogo com o entorno: como as questões da sua região estão presentes na obra do grupo e, por outro lado, como o grupo está presente nas questões de sua região?

O Grupo Cuíra de teatro ele é, principalmente, hoje, o espaço alugado por conta própria desse grupo, são as pessoas do grupo que pagam o aluguel, e recebe outras companhias da cidade, tanto para ensaio, quanto para apresentação de espetáculos. Ele se localiza na zona do meretrício de Belém, no baixo prostíbulo, onde existem muitas drogas e muitas mulheres prostitutas no entorno. O grupo já desenvolve vários projetos nesse sentido de envolver a comunidade e dialogar com comunidade e cidade. Um deles, dirigido pela Vlad Lima, chamado Laquê, colocou no palco atrizes, alunas do teatro e mulheres prostitutas da zona, tendo como dramaturgia o depoimento e as histórias de vida das mulheres que estavam no palco, assim como dos moradores ao redor desta zona. Então, o Grupo Cuíra tem esse trabalho de diálogo com a comunidade e é um grupo que está no trânsito com várias outras linguagens de vários outros grupos.

3. Fator agregador: qual o fator agregador/ definidor/ de união do grupo?

Esta é uma boa pergunta, a gente investe muita grana em psicólogos e terapeutas pra descobrir o que é, afinal, que faz a gente continuar nessa vida. Mas eu tenho a sensação de que a experiência artística nos faz crescer como gente, enfim, como ser humano, em conhecimento mesmo, nos possibilita dialogar com outras cidades, como nós estamos fazendo aqui… Eu acho que é isso que faz a gente continuar fazendo, mas eu não tenho certeza… Eu acho que é uma questão pra se resolver só na terapia.

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