A Mandrágora
Tapa na Moral e nos Bons Costumes
Foto: Divulgação
Uma das platéias com mais, digamos assim, representantes “da classe†(tipassim, aquele povo que faz teatro, é amigo de quem faz teatro ou simplesmente é artista), estava presente para assistir A Mandrágora, durante o I Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo. O motivo da lotação do auditório Simón BolÃvar provavelmente foi prestigiar o grupo Tapa, que possui um pouco menos de 30 anos, e já havia ficado em cartaz por muito tempo com essa mesma peça.
O texto de Nicolau Maquiavel (é, aquele mesmo), escrito em 1503, traz uma crÃtica à ganância, à instituição familiar e à Igreja, por meio de uma comédia leve sobre os interesses humanos. Na história, o jovem CalÃmaco passa a desejar ardentemente a virtuosa Lucrécia, mulher incapaz de engravidar de seu marido, um homem mais velho. Com a ajuda de um ganancioso rapaz, um ambicioso frei e a não menos dissimulada mãe da moça, CalÃmaco se finge de médico e convence o marido de que a solução para a infertilidade de Lucrécia é uma poção de mandrágora, apenas para passar uma noite com a moça e conquistá-la. A ironia do texto de Maquiavel está no fato de que CalÃmaco, teoricamente, manipula os outros personagens para conseguir o que deseja, porém, os outros se deixam manipular por suas próprias ambições – seja ter um filho, seja ganhar dinheiro.Â
A direção fica por conta de Eduardo Tolentino, em uma montagem bem menos realista do que outras produções do Tapa, como A Moratória, também dirigida por ele, em cartaz no SESC Consolação.
Os atores, além de trazer um bom desempenho individual, apresentam principalmente um jogo alinhado e bem entrosado entre eles, deixando divertidas até mesmo as cenas em que eles apenas se entreolham. Destaque para o personagem do marido, aqui interpretado por Guilherme Sant’Anna, que ganha a platéia (inclusive quem vos escreve) com seus trejeitos afetados e com as falas ignorantes de seu personagem, mesmo apresentando um humor mais pastelão.
4.777 representantes “da classe” na platéia
Assisti a peça teatral : A Mandrágora e amei.
Fomos num grupo de 44 pessoas da UFMS
e foi um consenso:
A peça é muito boa.
beijos.