Historiettes
Uma peça gente-fina
Fotos: Mauro Kury
Em cartaz à s quintas-feiras no Teatro Maria Clara Machado, Historiettes é a segunda peça que eu vejo em menos de duas semanas baseada em um texto literário. Não sei muito o que pensar sobre isso, mas acho que vale o esforço. A peça não tem patrocÃnio, nem mesmo o apoio da Werner Tecidos Finos, apoiadora oficial de todas as peças cariocas de figurino careta. Tinha pouca gente na platéia, o ingresso é baratinho. Conclusão: o pessoal tá pagando pra trabalhar. Então eu penso que, nestas condições, a solução é se arranjar com um texto que esteja em domÃnio público, ou ainda, fazer a sua própria tradução. No entanto, se a opção for por peças de teatro, chega-se ao impasse de montar textos que exigem figurinos cheios de firulas, personagem a dar com o pau, senhores barbudos, samovar, etc. Assim, o melhor mesmo é correr para a literatura.
Maupassant é simpático. Eu li A Herança (a anotação no meu livrinho diz “abril de 1998”) e eu me lembro de ter chorado copiosamente por algumas horas no fim do livro. Segundo o texto do programa (adoro falar sobre texto de programa!) o trabalho partiu de uma pesquisa vocal das duas atrizes – que também assinam concepção do projeto, roteiro e adaptação. Neste caso, se justifica ainda mais a opção por um texto literário: as escolhas de maneiras de falar o texto dão o tom de tudo na peça e permite um exercÃcio de modulação entre narração e fala de personagem. Só é importante frisar que esta é uma pesquisa técnica e não formal. Elas explicam que esta técnica “oferece ao ator consciência para coordenar e utilizar sua voz de acordo com a situação e a necessidade, ampliando a sua expressividade, encontrando no texto o que valorizar, em que partes descansar, como modular por meio do uso inteligente da palavra.”
Acho um pouco complicado que isso seja motivação pra montar uma peça. Se fosse uma pesquisa de linguagem, daria mais caldo… E eu não acredito que a ampliação da expressividade aconteça por este viés; pelo contrário, penso que quanto mais clara, eloqüente, correta é a voz, menos expressiva ela pode ficar. É como a imagem clássica do bom professor: fala bonito, tem letra boa pra escrever no quadro, é dinâmico, se movimenta etc. Com trabalho de ator, acho que é a mesma coisa: ator certinho é ator chato. Todo esse mito do “bom ator”, aquele que fala bem, tem postura, acerta sempre, ganha prêmio, chora em cena… o teatro carioca tá cheio demais de gente querendo acertar. Tá chato.
Voltando à peça… a montagem é bem-sucedida naquilo a que se propõe. As atrizes, a professora de voz, o diretor, todos fazem seu trabalho na medida certa. O problema é que eu saà do teatro achando o projeto despretensioso. Fiquei um tempo confusa porque geralmente as pessoas usam esse termo como elogio, mas pode ser um elogio hipócrita. Faltou pretensão. No decorrer do espetáculo, o pouco de ousadia que aparece no começo vai definhando. As duas atrizes (uns amores, dá vontade de abraçar as duas no final) contam e encenam quatro contos do Maupassant. No primeiro, elas arriscam um jeito interessante de narrar e dizer falas de personagem mantendo o corpo e a voz no mesmo fluxo, o que fica bem bacana. No segundo, elas já perdem isso e se deixam levar pela vontade de fazer rir. A partir daÃ, o espetáculo vai ficando mais careta, as cenas vão ficando com mais cara de teatro convencional e, no último conto, a tensão com a forma literária já não existe.
O artifÃcio para a encenação dos contos – duas criadas acham um livro enquanto limpam e remexem os pertences da patroa – lembra demais As criadas do Jean Genet. É uma referência muito forte, difÃcil de dissociar. Por conta disso, fiquei esperando alguma perversão, algum desvio. Mas essa não é uma peça pra quem acha que Jean Genet é uma referência forte. É uma peça com jeito de sessão da tarde, feita com carinho, feita em casa, feita à mão. Não tem perversão. Eu queria que tivesse, mas isso é problema meu.
2 corretos trabalhos de voz
Sim, vou fazer o papel de diretor-que-ficou-putinho-com-o-deboche-e-o-showzinho da crÃtica. Numa boa. Ela merece!
Peço licença pra usar algumas palavras da própria autora, entre aspas.
Esta resenha (socorro, Roland Barthes!) tem até um parágrafo lá no meio que é “bem bacana”. Porém a autora, embora faça tudo “na medida certa” acaba sendo “chata”. Parece adolescente metida a rebelde. E adora adjetivos de efeito, o que numa resenha pega mal, né? Ou será que o que ela quer mesmo é um lugar de jornalista engraçadinha nos cadernos de cultura dos jornais cariocas?
O primeiro parágrafo parece até cópia dos textos de uma famosa crÃtica de teatro carioca quando escreve sobre peças baseadas em material literário, ou seja, é “careta”. Mas isto escrito por uma crÃtica de nova geração… é assustador.
Além disso, separar pesquisa técnica de pesquisa de linguagem????? Esta autora deveria estudar um pouquinho alguma coisa sobre a história da humanidade, da ciência, da arte e da cultura, desde a descoberta do fogo e a invenção da roda até os dias de hoje; acho que poderia ajudar…
Também o que esperar de alguém que vai assistir a Guy de Maupassant esperando encontrar Jean Genet? Não saber VER e ESCUTAR o objeto criticado é (como ela própria no final do texto admite) um problema dela. E, na minha opinião, um erro grave.
Terminei de ler “meio confuso”.
“Não sei muito bem o que pensar sobre isto.” E, sinceramente… acho que nem vale a pena.
Mas esta não é uma crÃtica pra quem acha que Roland Barthes é uma referência forte… Eu queria que tivesse um pouco mais de rigor, um vocabulário mais rico, menos deboche pra esconder seu vazio de idéias e experiências.
“Eu queria que tivesse, mas isso é um problema meu.”
Oi, Wilson
Tudo bem? Há quanto tempo não nos vemos. Como foi a segunda temporada do Tipo de Coisa? Num primeiro momento, pensei em escrever uma resenha (não entendi o seu problema com esse termo, é técnico, não tem nada implÃcito nele), mas ainda acho difÃcil escrever sobre projetos pessoais dos meus amigos, como era este caso. Eu já me relaciono muito com os meus objetos de crÃtica através do afeto, o que não contribui na hora de abordar peça de amigo. Penso que se o afeto é um critério relevante na recepção da arte contemporanea, também deve ser levado em conta na crÃtica. Se você tiver dificuldade de entender isso ou achar que, vindo de uma pessoa sem validação de um carimbo institucional, deve ser um disparate, procure conhecer a produção atual de estética, os textos do Thierry DeDuve, por exemplo. (Já vou começar me defendendo, já que você veio, a troco de nada, com quatro pedras na mão.) Você pode reparar que na resenha de Historiettes, escrevo com muito afeto e respeito, apesar de ter achado a peça muito chata e de ter feito muita força pra não me juntar à s cinco ou seis pessoas que dormiam na platéia. Também não fiquei trocando olhares de tédio com a minha amiga, como dois gupos estavam fazendo à minha esquerda e à minha direita.
Historiettes não é o tipo de peça que me desperta interesse. Recebi o e-flyer por SPAM diversas vezes, não senti vontade de ir. Recebi também o SPAM que você me mandou com duas crÃticas elogiosas. (Vocês se deram ao trabalho de fazer um e-flyer de trechos da crÃtica do Macksen Luis…) Eu não ia. Mas vocês me procuraram e me convidaram pra fazer a crÃtica. Então bota a viola no saco e escuta. Já foi difÃcil arranjar companhia: nenhum dos meus amigos queria ver essa peça. Convenci uma pessoa, que acho que foi por pura amizade. Vocês deviam ter se informado, lido o editorial da revista, lido outras resenhas que eu escrevi aqui e no meu blog e pensado se vocês têm um real interesse em ouvir o que eu tenho a dizer antes de me fazer sair de casa numa quinta-feira à noite, interromper minha deliciosa leitura de Bioy Casares, me dar o trabalho de escrever, dar o trabalho pro pessoal aqui revisar, só pra você ter um ataque público de piti.
Bom… vamos ao bate-bola. quanto aos cadernos de cultura dos jornais cariocas, eu respeito estes lugares. Não entendo que você deboche deste espaço, tendo em vista que você ficou completamente deslumbrado com a crÃtica do Macksen. Quanto a ser uma crÃtica de nova geração, isso só é válido para o diálogo com peças de nova geração. O diálogo com teatrinho e teatrão não dá pra ser feito com critérios de uma nova geração, seja lá o que você queira dizer com isso.
Quanto à diferença entre pesquisa técnica e de linguagem, em que mundo você vive? Você está na vibe da invenção da roda… Quando você chegar na Roda de Duchamp a gente conversa.
Tem uma parte que eu não entendi: você diz pra eu estudar um pouquinho? Você quiz dizer: para eu “estudar pouquinho”? Você acha que eu estou estudando demais? Deleuze atrapalha? Você acha que o Derrida é uma influência nociva? Você acha que eu seria uma melhor crÃtica se eu parasse de estudar Kant e suas reverberações na estética contemporânea? Você acha que a minha formação literária – Joyce, Mann, Goethe, Melville, Kafka, Poe, etc – me faze ficar exigente demais, tendo em vista a produção do teatro alternativo-já-não-tão-jovem-mas-nunca-adulto carioca? Realmente, talvez minhas referências de teoria do teatro e de análises de dramaturgia contemporânea – Pavis, Lehmann, Sarrazac – me desqualifiquem pra assistir algumas coisas. Foi isso o que você quis dizer quando me mandou estudar “um pouquinho”?
E você quer crÃtica com rigor? Desenvolva um trabalho com rigor. Você quer um vocabulário rico? Sua peça não demanda isso. Sua peça nem demanda crÃtica. Não há como propor sentidos, não tem camadas de significado. Dá pra analisar a ficha técnica e olhe lá.
Wilson, é a segunda peça sua que eu vejo e que é muito fraca no que concerne à direção. Isso, de fato, é um problema seu. Então não fique chateado comigo. Não fui eu que dirigi a sua peça.
Quanto a ir ver Maupassant esperando Genet… seria realmente maravilhoso encontrar um Genet…. Também poderÃamos pensar em transformar um Mellville num Beckett, tem mais a ver até, nem distorceria tanta coisa… aliás, adorei essa idéia. Tomara que alguém faça isso um dia.
Mas, olha… relaxa… crÃtica não é uma chamada pra briga. Nem um lugar de autoridade. A crÃtica é uma voz que se importa.
Dá um abraço na Ana Paula. Ela foi super generosa ao me convidar.
Um beijo e uma água com açúcar,
DanÃ
Em primeiro lugar, a gente se conhece??? Somos amigos????
Se você me conhece mesmo, não venha querer me deslumbrar com o teu “curriculo”.
Você está mentindo:
Nosso borderô registrou 34 pessoas no dia que você foi e a maioria absoluta delas estava atenta, envolvida, até participando bastante. A ponto de o espetáculo acabar e elas voltarem a sentar, esperando pra conversar com a gente, encantadas. E não falo de conhecidos não. Não minta e não faça distorções pra justificar tua crÃtica leviana e debochada. Ou realmente você não sabe ver e escutar?
Você diz que foi carinhosa na crÃtica??? Falar que “o pessoal pagou pra trabalhar?”. Eu vivo exclusivamente de teatro há 12 anos e você? Posso me dar ao luxo de investir em trabalhos que acredito.
Quanto a ficar deslumbrado com a crÃtica do Mackzen… bem, realmente acho que você não me conhece mesmo! E se a produção fez um flyer com a crÃtica, fez bem. Qualquer pessoa que produz teatro (o que não é teu caso) faria o mesmo.
Não insistimos pra você ir. Convidamos você, assim como convidamos todos os crÃticos ( ou os que se dizem crÃticos) da cidade. Não tenho culpa se eles gostaram. Aliás, tenho sim. A peça é boa, só que é pra ouvidos e olhos atentos à delicadeza, à sutileza…
Quanto ao fato de eu ser um mal diretor, você deve avisar isso urgentemente a todas as pessoas que já trabalharam comigo, trabalham e/ou sistematicamente me convidam para dirigi-las, há anos. Coitadas! Elas tão sendo enganadas por um picareta!!!!!
Pra concluir: é uma pena que você tenha lido tanto, tanto, tanto… e não tenha aprendido nada.
Um beijo.
Oi, Wilson. Não, não quis dizer que somos amigos, me expressei mal. Foi a pressa. Eu tava falando do Tipo de Coisa, quando falei da minha dificuldade de resenhar “peça de amigo”, por causa do afeto, etc; pq a autora é minha amiga da faculdade. Foi só um desvio.
Bom, vou mudar de tom, porque eu não tô podendo vir aqui com muita frequência, apesar de achar super importante. Se você quiser bater um papo online sobre questões relevantes para uma discussão crÃtica, estou disponÃvel. Se você continuar nessa pilha da ofensa pessoal, lamento, aqui não é consultório terapêutico.
Quanto à s 34 pessoas na platéia… 34 pessoas é muito pouca gente, ué. Qual é a mentira? E que bacana que muitas pessoas elogiaram vocês. Quem gosta, dá o seu feedback favorável, quem não gosta dá seu feedback desfavorável. É muito simples.
Quanto a não produzir teatro, não sei o que isso tem a ver com a história. Eu não sou produtora mesmo não.
Você ficou ofendido porque eu disse que vocês devem estar pagando pra trabalhar? Mas isso não é ofensa, nem aqui na China, acho que vale super a pena fazer coisas que só podem ser feitas com investimento próprio. Só acho que é válido colocar na resenha as condições de realização do espetáculo. Por que isso tem uma grande influência na feitura das coisas. Não se ofenda, nem se defenda. Não sou sua inimiga, Wilson. Escrever uma crÃtica é fazer um investimento no objeto criticado e nos artistas envolvidos. Escrever uma crÃtica já é um carinho, mesmo quando pega no calcanhar de Aquiles das criaturas. E aqui, na Bacante, o bom humor é um critério. Vai lá ler o editorial antes de ficar revoltado; eu li o seu texto do programa antes de ver a peça.
E o fato de eu achar que você tem – até agora – um trabalho fraco como diretor, não siginifica que eu esteja pronunciando uma sentença. Você faz o seu teatro, com as pessoas que gostam do seu trabalho e divulga crÃticas que te elogiam. Tudo certo. Paralelamente, outros diversos universos acontecem e se desenvolvem. Quando estes universos se cruzam, pode dar choque. Como este agora. Eu circulo em outros lugares neste momento, quero dialogar com outras poéticas, gosto de outro tipo de teatro. Mas foi esta pessoa que vocês chamaram pra criticar. Chamar todos os crÃticos é uma opção sua, mas saiba lidar com isso com maturidade. Se a gente não vai ter diálogo (e não estamos tendo), então diga que se arrependeu de ter me chamado e a gente finaliza aqui.
Um beijo e um Frontal, (isso foi uma piada, tá?)
DanÃ
ai, que mico
escrevi “porque” separado quando era pra escrever junto.
o wilson me mandou um e-mail. vou colocar aqui, né? aqui se faz aqui se paga. rs…
“Oi, Dani, realmente todos nós nos arrependemos muito de ter te convidado pois teu caso é sério, você pensa ser alguma coisa que você tá muito longe de ser.
Faz uma crÃtica tosca, fraca, superficial, debochada… não consegue digerir nada do que leu. Nem consegue um mÃnimo de auto-crÃtica.
Você sabe quem eu sou e deve te irritar muito saber que eu não engulo teu discurso e tua pose de intelectual moderna, descolada, antenada e outros clichês que quem tá começando a mexer com teatro adora…
Dentro de vinte anos a gente verifica quem resistiu produzindo, criando, escrevendo, pensando e criando vÃnculos. Eu já resisti 20 anos, resisto mais 20 mole, mole…
Pode deixar, não vou postar mais nenhum comentário na Bacante. Entendo que a última palavra deve ser a tua, pra você isto deve ser importante, afinal lá é o palco que vc tem pra dar teu show.
Realmente, trabalho com quem gosta de mim e do meu trabalho e é um leque surpreendentemente grande de pessoas, né? Se você fez Teoria na Unirio ( inclusive usa oportunisticamente diversos jargões que circulam por lá) deve saber que são muitos os que, no mÃnimo, me respeitam muito. Entre estes a quase totalidade dos professores com quem vc aprendeu estes jargões (coitados, não sabem as distorções que geram em cabeças tolas…). Mas, claro, você está acima de todos nós… desculpe por eu ter maculado teu Olimpo.
Além disso, acho que os leitores deste site (se é que há alguém que perca tempo lendo um bando de adolescentes dizendo coisas como “legal”, “bacana”, “chato”, “sei lá”, etc.) já tem o suficiente pra se divertir, né?
Nem preciso dizer que não quero mais ter notÃcia tua e que adoraria que você me esquecesse antes de ontem. Como sei que a recÃproca é verdadeira, então estamos entendidos. E fim.
Um beijo (sem frontal, gardenal ou aguinha com açúcar… porque acho que em você não faria efeito).
Wilson”
última palavra! ganhei!
Dani publica um e-mail pessoal num site…precisa dizer mais alguma coisa?
Eita nóis!
Seguinte, Wilson. Cara, como editor da Bacante eu te aviso: num perde tempo aqui não, ninguém aqui presta. De verdade. Vai lá fazer seu teatro maravilhoso e num liga, aqui a gente bebe, e não é pouco não. Não vai ser a gente que vai destruir a imagem dos vinte anos de coisas maravilhosas que você diz ter feito (não te conheço, tampouco seu trabalho, então vou escrever com base na grandiosidade que você mesmo diz ter, pra num correr o risco de cometer nenhuma injustiça).
Sobre nossos leitores, realmente espero que um dia tenhamos uma porrada de adolescentes lendo isso aqui (se você soubesse quem são as pessoas que nos lêem hoje você ficaria surpreso). Claro que os grandes jornais têm muito mais leitores qualificados, seja lá o que “qualificado” signifique. Entre essas pessoas, muito mais gente conservadora inclusive, daquelas que não engolem bobagens escritas por “intelectuais modernos” (embora nós mesmos não achamos que sejamos isso, vide o nosso editorial): gente que num acredita em novos movimentos, tampouco em opiniões que não sejam as mesmas dos crÃticos dos jornais de grande circulação. E que não perderia tempo com o que acham superficial e leviano.
Direito deles e num acho que essas pessoas sejam obrigadas a nos legitimar não, pelo contrário, e nisso defendo tua opinião. Como escrevemos desde o primeiro editorial, aos leitores o que eles merecem. Aos leitores sujinhos da Bacante, uma revista virtual sujinha. E a quem é mais sofisticado que a gente, uma porção de coisas melhores por aÃ. A gente num quer abraçar o mundo não.
Só acho que essas discussões todas, desde o começo, não têm ido a lugar algum. Se você acha que este espaço é só de adolescentes sem opinião, pra quê perder tanto tempo discutindo? Eu, no seu lugar, teria feito coisa melhor e fingido que nada disso aconteceu, simples assim.
Grande abraço.
Vamos lá, ver se dá algum caldo com outro interlocutor:
Grandiosidade, Mauricio??? Eu, pessoalmente, não acho que tenho nenhuma…
Onde que eu falei isto? Eu disse em algum lugar que minhas peças são maravilhosas? Disse apenas que resisto, e isto é bem ambÃguo.
Falei também de uma universidade, um cÃrculo absolutamente restrito de pessoas, de um curso que o mundo nem sabe que existe… citei minha história pessoal como um aparte,nem me levo tão a sério assim… e citei os fatos relativos ao dia em que a Daniele foi ver a peça porque acho que ela não foi legal distorcendo as coisas.
Na verdade, sei que ninguém, além das partes envolvidas, está interessado neste bate boca…
Mas bato pé sim, pois acho que um site de teatro poderia ter um diferencial, ser uma opção à grande imprensa que adora este tipo de texto debochado e engraçadinho que vende jornal… Não foi o fato da Daniele não ter gostado da peça que me incomodou, mas a linguagem e a forma que ela usou, e isto faz toda a diferença. Se ela tava sem saco, porque foi assistir? Se assistiu e achou, como ela diz, que não merecia uma crÃtica rigorosa, por que criticou? Só pra tirar onda com nossa cara? Ninguém obrigou… tem tanta peça em cartaz no Rio pra ela ir ver.
Quem produz teatro hoje precisa urgentemente de interlocutores com outros paradigmas, o que supõe outras linguagens (novas técnicas, novas linguagens, entendeu????)… e também uma outra abordagem, menos leviana, menos na base dos adjetivos tipo legal, chato, bacana, careta, etc. Em quê este vocabulário se diferencia das matérias culturais na grande imprensa ????
Você acha que estou satisfeito com elogios do crÃtico de um jornal carioca? Aquilo serve pra divulgação, não serve pra interlocução, pra estÃmulo intelectual…
Daà a minha frustação profunda que justifica eu estar até agora, a esta hora, insistindo nisto: eu esperava da crÃtica deste site um outro texto, uma outra postura, sei lá…
quanto a gostar de beber… bem, se estivéssemos em uma mesa de bar, isto teria sido resolvido mais rápido.
Mas creio que agora o melhor a fazer é fechar a conta e apagar a luz.
Grande abraço.
Pô, eu acho “legal” muito legal! Na Folha e no Estadão, pelo menos, ninguém diz “legal”. Só na Bacante, mesmo. Aà no Rio publicam “legal” nos grandes jornais???
O que quero dizer é que a análise vai além de adjetivos difÃceis e comentários formais cheios de baboseira, mas escritos com palavras bonitas e adjetivos falsamente consistentes. Você preferia “interessante” a “legal”?
Wilson
Não te conheço, mas você definitivamente é um personagem. Suponho muita coisa a partir dos teus comentários e muitas outras a partir do e-mail super bem intencionado que você mandou pra Dani. A primeira delas é que você deve ser tiozão, desses que se irrita facilmente com a opinião de “um bando de adolescentes dizendo coisas como ‘legal’, ‘bacana’, ‘chato’, ‘sei lá’, etc.”. Esse teu personagem demonstra não ter idéia do que é crÃtica colaborativa na internet, na qual a voz da Dani vale tanto quanto a tua. E olha como você usou bem esse espaço, que é teu, cara, ninguém vai te censurar: Perdeu muito mais tempo procurando máculas no currÃculo da Dani e subindo em cima do seu pra fazer qualquer comentário. Respondeu o mÃnimo possÃvel sobre a crÃtica em si. Desqualificou o formato e quem faz a revista. Cara, e da tua peça? Você não fala? Resumindo a ópera, não temos muitos anos de estrada como você e o Paulo Autran, mas sinceramente, se encontrarmos mais gente como você pelo caminho, preferimos nem chegar a ter.
Grande Abraço
Ps: Também vou ver a tua peça, goste você ou não.
Putz, DanÃ, que saco isso hein? O diretor levou a crÃtica pro terreno pessoal, achou que vc não gosta da pessoa dele…
concordo com ele num único ponto, quando ele diz que usar a técnica vocal é tb pesquisa de linguagem. Embora eu ache que a pesquisa delas não justifique a montagem da peça – o uso que fazem da voz é legal, vale como um bom exercÃcio para elas. Só acho que elas próprias aproveitaram mais do que a gente que tava na platéia.
Bjs!