Festivais e CrÃtica
Festival não é apenas um monte de peça junta, já alertava minha avó. Mais do que apenas promover maratonas malucas de peças malucas em horários malucos, é preciso que haja algum tipo de sistematização de trocas de informações e, sobretudo, de experiências e vivências (não da minha avó, dos participantes mesmo).
Nesse sentido, em minha primeira participação do FIT Rio Preto, logo de cara me chamou a atenção o fato de que (quase) todo mundo fica no mesmo hotel, afastado de tudo (quase porque tem uma turma que fica num hotel menor, porque haja quarto pra tanta gente), numa espécie de distanciamento (brechtiano?) do cotidiano da cidade com o mundo do teatro.
À medida em que os dias são menos produtivos (porque é preciso sair mais cedo, e chegar mais tarde em função dos muitos ônibus escolares à disposição do festival), o contato forçado com grupos, crÃticos, jornalistas e equipe técnica estabelece relações mÃnimas entre o “povinho” do teatro. Café da manhã, almoço, jantar e esperas na recepção são sempre bons momentos pra jogar conversa fora.
Mas não é só de clima de country club que vive um festival, e nisso outra coisa no FIT me chamou a atenção: há uma turma de acadêmicos de diversas regiões do paÃs acompanhando todas as peças e escrevendo ensaios crÃticos para o Textura, o jornalzinho do festival, que diariamente é distribuÃdo em todos os locais do festival – e as pessoas lêem! E comentam! Poderia ser escrito por mais gente, não precisava ser apenas de acadêmicos e poderia haver mais páginas. Mas até aà as leis de incentivo à cultura desse paÃs também poderiam ser mais sérias e dispor de mais grana, mas como diria mais uma vez a vovó (a minha, não a Barbara), não dá pra querer tudo na vida, né meu filho?
Há ainda aquilo que acho uma das coisas mais bacanas e mais sub-aproveitadas do FIT: os debates da Aldeia FIT. Todos os 10 espetáculos locais de Rio Preto têm um espaço na grade do festival para que haja debates abertos sobre as produções. Debate é forma de dizer, porque nos 45 minutos destinados a cada espetáculo, mal dá tempo do grupo se apresentar, Marici Salomão e Francisco Medeiros fazerem suas considerações crÃticas e o grupo fazer um breve comentário, e já é hora de mandar beijinho pra mamãe, pro papai e pra Sasha. Há quase nada de debate, e a troca é mÃnima, quase professoral. Ideal mesmo seria se tivesse tempo para maior debate entre os envolvidos e, principalmente, trazendo e estimulando a participação do público.
E uma pergunta: por quê apenas os grupos da Aldeia FIT têm esse tipo de atividade? Pra trazer pra aldeia uma visão externa do que é fazer teatro? Por quê não encontros de discussão crÃtica para que público, crÃticos e artistas não discutam, por exemplo, se o fato do personagem do infantil Mimo limpar a bunda com uma página arrancada de um livro é ou não anti-pedagógico, ou se o Kavka do Lume não se comunica com a platéia de propósito ou porque a platéia não entende de contorcionismo e teatro fÃsico?
De qualquer forma, percebe-se a Aldeia FIT como uma das grandes apostas do FIT, e ao mesmo tempo um desafio: como, nas próximas edições, encontrar maneiras de potencializar estes encontros e trocas, sem correr o risco de, aos poucos, se assemelhar ao Fringe de Curitiba (bate na madeira)?
(Leia também o especial de Juliene Codognotto sobre o FIT 2008)
[…] estréia da nova câmera foi no Festival de Rio Preto, e finalmente pude voltar a me divertir juntando duas das coisas que mais adoro: fotografia e […]
parece mentira o cenomtario do treinador,pois so se preocupa com a noite e velhas,por isso o baixo rendimento da equipa,com o binaca nao a nada disso basta olhar para ele como ex.
I’m impressed! You’ve managed the almost impossible.