Batendo papo na tarde chuvosa (!) de Brasília – parte 2

Blog   |       |    14 de setembro de 2009    |    0 comentários

Já contei um pouco sobre o debate com Omar Varella, Nídia Telles e Hugo Rodas e mediação de Guilherme Reis, idealizador do Festival.

Agora escrevo de Uberlândia para marcar o fim do Cena Contemporânea de Brasília 2009 – que terminou ontem, mas que ainda terá críticas e outros textos por aqui. Então, devo dar ênfase a um momento especial desta conversa, pois trata-se do doloroso exercício da autocrítica, muito caro a todos os trabalhos relacionados com arte, inclusive ao da crítica. Sim! Falamos de crítica!

Foram poucos e ácidos momentos, depois que me arrisquei a perguntar aos uruguaios se há diálogo possível com a crítica em seu país. A resposta, já esperada, é que se trata de uma crítica distante que cumpre o papel de julgar o trabalho alheio. E vem mais… já que a mesa abordava as deficiências na formação dos atores, Nídia Telles aproveita para acrescentar que o problema com os críticos é equivalente: o despreparo.

A atriz ainda comenta, com poucas palavras e sem exemplos práticos, a presença de críticos nos festivais: “Eles vão e fazem turismo”, dispara.

No meu caso, serviram as duas carapuças, já que não sou doutora em artes cênicas, não trabalhei 50 anos com teatro, nem sou professora universitária. Também ainda não tive tempo para ler tudo o que Nídia deve ter lido sobre teatro. E, finalmente, eu fiz muito turismo em Brasília. E tenho feito deliberadamente em festivais. A lista é longa, tentarei resumir…

– Em São José do Rio Preto, na primeira, na segunda e na terceira vez que fui, tomei muitos sorvetes, fui ao mercado municipal, à biblioteca municipal e à igreja central;

Em Curitiba fui à Ópera de Arame;

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Em Londrina conheci o inesquecível Pé na Cova;

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РEm BH, tanto no FIT quanto no Festival de Circo, eu ṇo seria nada sem os parques centrais. Tamb̩m conheci a casa de shows com o teto mais baixo do mundo;

– Em Brasília, conheci dois pontos de cultura na cidade satélite Ceilândia, onde também visitei uma feira nordestina. Além disso, fui à Água Mineral (a que corresponde essa foto aí embaixo; é uma espécie de clube em uma área de preservação ambiental), a um restaurante chinês, a uma sorveteria com sabores “típicos”, à Unb e até a uma cachoeirinha de uns 30 metros. Assisti Hamilton de Holanda, fui ao Clube do Choro, etc. Um monte de coisas que, a rigor, não têm nada a ver com teatro, certo?

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Em Uberlândia, conheci o Habibs, por enquanto. Não é muito típico, mas…

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Bem, autocrítica feita, vamos à conclusão de Hugo Rodas, diretor e professor da Unb. Para ele, a crítica perdeu sua credibilidade. Eis que chega o momento a ser celebrado neste debate: Hugo cita nossa musa inspiradora, Babi. Explica aos uruguaios de quem se trata e conta: “Aqui, quando a Bárbara diz que é bom, todos dizem ‘hummmmm, a Bárbara disse que é bom’; quando a Bárbara diz que é ruim, as pessoas dizem ‘ah, é a Bárbara'”.

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