Movimento dos Sem Ingresso

Bate-Papos   |       |    1 de abril de 2008    |    6 comentários

Assistir peças no Festival de Curitiba, não tem preço… não pro Movimento dos Sem Ingresso

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Raquel, a sucessora, veste o papa-ingresso

– Oi, vocês têm ingressos para a peça Anjo Malaquias? Tenho alguns ingressos aqui! – ofereceu Débora Cristina dos Santos, na porta do Memorial de Curitiba (uma espécie de quartel general do Festival, onde tudo acontece).

Débora, de 48 anos, é a idealizadora do Movimento dos Sem Ingresso, organização que fica todo dia em frente ao Memorial, colhendo e distribuindo ingressos de cortesia* entre as pessoas que passam por lá. Como o valor da entrada este ano está entre R$10,00 e R$30,00 (inteira), muitas pessoas não têm como pagar para ver muitas peças, caso dos alunos da Faculdade de Artes do Paraná (instituição pública) – que precisam assisti-las para resenhar e ganhar presença. E é aí que entra o movimento.

Quem passa pelo Memorial pode ver um garrafão de água mineral improvisado como urna, que pode ser preso ao corpo de algum integrante – já que não se pode colocar nada fixo sem autorização da prefeitura. Como eles colocaram o garrafão na entrada e ninguém reclamou, ele foi ficando por lá mesmo. Mas se alguém falar alguma coisa, é só pendurar a “urna” ao corpo que fica tudo certo. O movimento é bem organizadinho: seus integrantes usam crachás azuis e carregam um cartaz.

Segue abaixo a entrevista realizada com Débora Cristina dos Santos e Rachel Franciele Tani – a nova encarregada do movimento. Mas antes, leiam a nota de rodapé:

* ingressos de cortesia: Muitos patrocinadores entregam essas entradas para pessoas que consideram importantes ou querem simplesmente paparicar. Eles também são distribuídos para jornalistas ou pessoas que escrevem na mídia em geral, como nós, dessa revista mal-ajambrada. Como essas pessoas não conseguem assistir todas as peças que estão no Fringe e na Mostra de Teatro Contemporâneo, às vezes doam para o Movimento dos Sem Ingresso. Na sala de imprensa, tem um varal onde os produtores podem deixar ingressos para os jornalistas pegarem. Como sempre sobre cortesia, os jornalistas solidários às vezes doam os ingressos do varal pra turminha da Faculdade de Artes do Paraná (FAP).

Entrevista com Débora Cristina dos Santos – criadora do Movimento dos Sem Ingresso

Você que começou o movimento?

Sim, há 5 anos atrás. Nós estamos na quinta edição já do Movimento dos Sem Ingresso aqui em Curitiba. O movimento nasceu dentro da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), da necessidade dos alunos em assistirem na época do Festival de Curitiba muitos espetáculos ao mesmo tempo. Então a falta de grana fez com que nós fôssemos pras filas onde estavam acontecendo os espetáculos e pedir. Pedir por quê? Porque nós sabemos que há vários patrocinadores que patrocinam o Festival de Teatro de Curitiba. E eles distribuem ingressos, cortesia dentro das empresas – como a Volkswagen e o Itaú. E muitas dessas pessoas muitas vezes não podem assistir aos espetáculos e não sabem para quem doar, então aí nós criamos o movimento. Temos um papa-ingresso, que é um garrafão de água mineral estilizado. Ficamos em frente ao Memorial de Curitiba todos os dias, cumprimos horário do meio-dia até umas seis da tarde. Então as pessoas que querem depositar esses ingressos e não sabem pra quem doar, depositam no papa-ingresso e nós doamos aos estudantes ou à população em geral que esteja aqui na hora interessada em assistir algum espetáculo.

Você é estudante da faculdade?

Eu me formei ano passado, então, para que o movimento continuasse entre os alunos da faculdade, nós fizemos uma solenidade e passamos o papa-ingresso para uma aluna do segundo ano que se chama Rachel – ela quem vai ser responsável pelo movimento daqui para frente. Mas eu continuo dando apoio pra ela, venho todos os dias, e auxilio ela no movimento.

Vocês do movimento não assistem as peças?

Nesse período em que estamos trabalhando, nos revezamos. Se ela quiser assistir algum espetáculo, eu fico com o papa-ingresso, se eu quiser assistir, ela fica também.

Qual é a posição do festival com relação a vocês?

A organização do festival passa, vê os crachás, e nos ignora, acha que não tem nada a ver. Eles não têm assim uma cota de ingressos cortesia pros alunos né, e nós não tivemos nenhuma posição favorável nem desfavorável da organização do festival em relação a nós.

Antes do movimento já tinham tentado falar com algum professor para tentar conseguir os ingressos?

Já. Todo ano a coordenação do curso de teatro entra em contato com a organização do festival e não recebe nenhum tipo de resposta. Teve um ano que nós tivemos ingresso, mas foi assim, um desconto de dois reais no ingresso. O problema é que tem aluno que não tem dinheiro nem pra passagem para ir pra faculdade. Como é licenciatura, o curso é à tarde, fica difícil conseguir estágio para trabalhar. Assim, tem muita gente que é mantida pelos pais e aí só tem o dinheiro da passagem. E mesmo a cinco reais, seja lá o valor que seja, tem muitos alunos que não tem nenhuma grana.

Esse movimento tem muito apoio dentro da faculdade?

Dentro da faculdade tem. Os alunos vêm, os que tão realmente interessados vêm, ajudam a divulgar o movimento, usam crachá, e pedem ingresso para os patrocinadores, pras companhias de teatro que são muito boas – do Fringe, todas as companhias doam para o movimento, os alunos vão, assistem ao espetáculo, são formadores de opinião, vão falar se gostaram ou não do espetáculo, indicam para outras pessoas, para outros alunos.

Alguém me disse que a assessoria de imprensa dava ingressos pra vocês?

Dava. A assessoria de imprensa um ano deixou nós subirmos lá e pegarmos o que eles tinham no varal. Algo assim, dois ingressos de cada espetáculo eles nos deram apoio. Esse ano já falaram para a gente ir lá pegar, mas ainda não fomos na assessoria ver. Mas pretendemos procurar sim. Nós temos também jornalistas bonzinhos que podem subir lá e pegar ingresso. E alguns doam ingresso para isso. (cochichando) Será que eu posso falar isso?

Qual a diferença entre o primeiro ano que vocês fizeram e esse ano?

Nossa, no primeiro ano nós éramos assim vistos como aproveitadores, ninguém ainda tinha idéia de que nós não estávamos pegando ingressos pagos, e sim os ingressos cortesia. A partir do momento em que nós fomos divulgando e fomos explicando para as pessoas, hoje as próprias companhias nos procuram para dar ingresso pra gente. Nós tivemos também vários lugares, que nos deram apoio, a imprensa tá nos dando apoio, divulgando nosso movimento. Esse ano tá muito bom. Teve um crescimento de uns 90% em relação ao ano passado. Olha, antes, durante todos os dez dias de festival, tivemos mais de 200 ingressos distribuídos. Esse ano, acho que já passaram por aqui uns 300 ingressos.

Me falaram que um ano tinha panelaço. Que vocês iam para a porta do teatro e faziam barulho?

Não, não éramos nós. Dentro do movimento às vezes um ou outro aluno começa a querer fazer, mas não é por aí. No movimento nós somos pacíficos, nós vamos, nós pedimos, não tem que fazer barulho, tem que respeitar as pessoas que tão apresentando lá dentro, e nós somos contra qualquer tipo de movimento em frente ao teatro que faça baderna, algazarra. Nós vamos pedir na boa, se as pessoas que tão ali na fila, tão com ingresso a mais – esperaram um amigo, ele não chegou e quiser doar, na boa. Se o produtor quiser deixar a gente entrar, também na boa. Se não tiver espaço, a gente respeita.

Se vocês forem para a fila falando que são da FAP, eles não deixam entrar?

É assim, os do Fringe geralmente a gente até consegue liberar com a produção. Mas acontece que daí a organização do festival barra. Sem o ingresso ela não deixa, e sempre tem alguém da organização do festival em cada espetáculo. Muito raro, mas em alguns espaços a gente consegue. Mas principalmente, nas oficiais, não.

E vocês conseguem muitos ingressos da oficial ou só do Fringe?

Ingressos das oficiais às vezes a gente consegue algum. Quando alguns produtores vem procurar aqui o memorial, às vezes doam, mas é raro. Agora, ingresso do Fringe, bastante. E das oficiais, a gente vai na fila. É mais os ingressos cortesia que foram distribuídos pelas grandes empresas, que tão na mão das pessoas, que a gente ganha.

Esse ano vocês ganharam ingresso da festa de abertura, né?

Ontem, nós demos uma entrevista para 91 Rock e eles nos deram no final, quando eles foram embora, nos deram dois ingresso da festa que nós nem imaginávamos ganhar.

Já aconteceu algum fato inesperado?

No primeiro ano, na fila do Guaíra, quando nós estávamos em uma oficial, que já estava lotada, fomos para a fila só com o crachá. Um senhor ia passando na catraca e tirou do bolso uma tira de ingressos, que teria uns dez ingressos mais ou menos, e nos deu. Nós colocamos dez pessoas para dentro naquele dia. O ingresso era para aquele dia, aquela hora, e ele estava entrando, esses ingressos iriam pro lixo. E foram dez estudantes que assistiram aquele espetáculo, porque os professores liberam os alunos durante os dez dias de festival, para que eles assistam peças e façam trabalhos a respeito, analisando: figurinos, cenário, corpo do ator, voz, um monte de coisa. E essa resenha que a gente entrega vale como presença dos dez dias que eles liberaram. Então, quanto mais espetáculos os alunos assistirem, mais eles vão poder fazer resenhas.

E agora o que você faz?

Trabalho com produção. O meu projeto de conclusão de curso foi formação de platéia, já vindo do Movimento dos Sem Ingresso. Eu pretendo idealizar um projeto de levar pessoas a assistir espetáculos, e juntar isso a uma pesquisa, pra uma posterior publicação. Porque o que falta é isso. São muitos espetáculos produzidos, mas ninguém se preocupa em informar essa platéia, e levar pela primeira vez, tanto crianças, quanto comunidades de terceira idade para assistir, para que elas tomem gosto. Que elas não tenham aquela idéia errada de “Ah, teatro é baderneiro”. Muitas pessoas têm idéias errada, porque nunca tiveram a oportunidade de irem assistir espetáculos. O teatro Guairá tem um projeto “Teatro para o povo”, que é gratuito, todo último domingo do mês. Muitas pessoas simples da periferia de Curitiba, não vão. Ou porque não sabem, ou porque acham que o teatro Guaíra é uma coisa elitizada, e que vão ter que tar com uma roupa muito chique pra ir. Então precisa que alguém vá nessas comunidades, converse com essas pessoas e coloque pra elas um outro olhar a respeito, para que elas criem coragem de irem pela primeira vez ao teatro. E indo gratuito, um dia elas vão pegar, separar um graninha lá da sua aposentadoria pra assistir, porque o germe do teatro brotou ali e elas começaram a gostar de ver teatro.

Entrevista com Rachel Franciele Tani – segundo ano de licenciatura em teatro na FAP

Como você entrou para o movimento?

Eu entrei nesse projeto porque ano passado eles tavam fazendo – já tão há cinco anos com o Movimento dos Sem Ingresso – e a gente vê o quanto é difícil comprar ingresso, se a gente quiser ver uma peça da mostra oficial, que agora é contemporâneo. Mesmo do Fringe, tem que fazer trabalho, e corremos atrás, pensamos “poxa, vamos tentar ver o que rola, o que acontece”, então a gente entrou no Movimento dos Sem Ingresso. Ano passado a gente entrou em várias peças através dos ingressos e também com o cartaz que a gente usa. E eu entrei com tudo porque não pode deixar morrer – os alunos da FAP, e as pessoas que estão em volta também, têm que curtir o festival de teatro, tem que assistir as peças, e aproveitar o máximo do que o festival tem pra passar pra gente assim.

Quando você ficou sabendo do movimento?

Assim que a gente entrou na FAP. Primeiro ano, eles já informaram a gente do movimento, já fizemos todos os crachás, e desde o ano passado que a gente tá nesse… E esse ano que a Débora me passou o papa-ingresso. Porque ela se formou esse ano, ano passado no caso né, e daí como não tinha ninguém pra ficar a frente do Movimento dos Sem Ingresso, pra ele continuar dentro da FAP, eu entrei, to aí. Aí esse ano eu to mais preocupada em fazer o pessoal assistir as peças, pegar ingresso, trocar ingresso, do que assistir. Vou assistir algumas peças, mas to preocupada realmente em mobilizar a galera, fazer a galera assistir peça.

Passar o papa-ingresso é tipo passar um cetro, coisa do tipo?

É. Praticamente. Foi uma solenidade toda, juramento, pra poder passar o papa-ingresso e cuidar dos ingressos, fazer a galera se mobilizar no festival.

Não tem ninguém que reclama?

Na verdade não. Na verdade o pessoal gosta do movimento, o que acontece são pessoas de fora, né, que às vezes fala: “ah não, o Movimento Sem Ingresso não é uma coisa que dá muito certo, que não sei o que, eu não me beneficio”, mas pelo contrário. Todo mundo que passa por aqui, sempre pega ingresso, ou deixa ingresso, troca ingresso, bem legal. Sendo ou não aluno da FAP. Até pra não morrer aqui dentro, né? Hoje eu cheguei aqui dez horas da manhã, daí já veio uma produtora e me deu quatro ingressos pra uma peça do meio-dia. Eu tava sozinha aqui, não podia sair. Daí a Débora chegou, a gente começou a se agilizar pra passar pro pessoal, e foi pra aluno da FAP, pra pessoas que tavam na rua, todo mundo se beneficia dos ingressos do papa-ingresso. O ano passado os produtores ficaram meio assim de dar ingresso, ficaram com medo. Mas às vezes eles falam “ah não, beleza, peguem aí então, tá sobrando”.

'6 comentários para “Movimento dos Sem Ingresso”'
  1. Dédora Cristina Santos disse:

    O Movimento dos Sem Ingressos agradece a revista por ter concedido espaço para que pudessemos falar sobre o Movimento e, parabéns a Leca pela maneira como escreveu sobre o assunto.Brigaddddddu

  2. Juli =) disse:

    Nem precisa agradecer. É que não conseguimos entrevistar o Marcos Palmeira…

  3. Savana Meirelles disse:

    Débora,

    Será que você me consegue ingressos pra peça
    “A ARTE DE ESCREVER MUITO SEM DIZER NADA OU RELEASE PADRÃO”
    Com o Tarzan Corrêa encabeçando todo elenco?

  4. Fabrício disse:

    Patricia, você continua com essa mania de criança de postar com nome falso?
    Olha, pra ficar bem fácil de assimilar. Se você continuar a encher o saco e postar informação que não tem qualquer relevância pra quem lê, nós teremos que alterar nossa política de liberdade de comentários pra banir somente você da revista.
    Esse é o último aviso.

    E não se esqueça de ir ser feliz em qqer outro canto da internet.

  5. Patrick Elvis disse:

    MSI
    Movimento dos Sem Ingresso
    Nota Oficial de Repudio

    03 de abril de 2012
    No último dia 27 de março, iniciou-se a 21ª edição do Festival de Curitiba.
    E nós, integrantes do MSI, nos prostramos em frente ao Memorial de Curitiba pelo 9º ano seguido, para dar continuidade a um trabalho voluntário, sem fins lucrativos, onde tentamos tornar o acesso ao FTC (Festival de Teatro de Curitiba), mais democrático, galgando ingressos cortesia e doações para distribuir ao povo em geral.
    Ontem (02/04/2012), cerca de 30 pessoas entre alunos da FAP, e pessoas que amam a arte e são simpatizantes e integrantes do Movimento Sem Ingresso, se encontravam em frente ao teatro do SESC da Esquina para, após a entrada de todos os pagantes tentar assistir a peça “Luis Antonio- Gabriela”.
    A produção local do Festival e a CIA Mogunzá já haviam sinalizado que a entrada seria liberada, pois, segundo o mapa da venda de ingressos, estariam cerca de 100 lugares vagos na plateia.
    Eis que poucos minutos antes do espetáculo iniciar, chega no local o Sr. Leandro Knopfholz, diretor geral do festival, e ordena que ninguém que esteja sem ingressos entre.
    Do lado de dentro, os atores aguardavam a entrada do pessoal, vendo que nada acontecia foram pessoalmente indagar porque a entrada havia sido barrada. O Sr. Diretor geral do Festival então disse que a entrada dos integrantes do MSI não seria permitida. Os atores pediram então, em um sonoro “Por favor”, e novamente ouviram um NÃO!
    Cem lugares vagos dentro do teatro, cerca de 30 pessoas querendo assistir aquele que deve se consagrar o melhor espetáculo do Festival, e uma palavra de ordem e censura, NÃO!
    A história oficial do FTC, conta que o mesmo foi criado em uma mesa de bar por três pessoas, alunos da FAP (Faculdade de Artes do Paraná). Seu objetivo inicial era proporcionar a população, um período de maior acesso as artes cênicas na cidade. Mas ano a ano estamos constatando que o Festival virou um grande negócio, onde o que importa é o lucro.
    Os atores da peça “A Pereira da Tia Miséria”, ganhadora do Gralha Azul, no último dia 01 de abril, após sua apresentação no Largo da Ordem, fizeram um desabafo em relação ao tratamento dado as companhias, e salientaram: “O Festival este ano comemora 21 anos de existência, esperamos que ele obtenha também maturidade em sua organização”. Compartilhamos da mesma opinião.
    O FTC, é subsidiado por recursos públicos e privados. Para peças da Mostra Oficial, os ingressos custam R$ 50,00. Boa parte dos espetáculos que se apresentam na mesma, também são mantidos por verbas públicas, como é o caso de “Luis Antonio- Gabriela”. A partir deste, fazemos uma comparativa com o FILO (Festival de teatro de Londrina). No FILO, os ingressos custam no máximo R$ 20,00, oportunizando desta forma, uma maior participação da população.
    Um festival que almeja crescer ano após ano, precisa formar plateia, mas, com um ingresso custando R$ 50,00 , estamos formando plateia?
    Em todos os espetáculos da Mostra Oficial vimos a quantidade de lugares vagos! Muitas peças ao mesmo tempo, e com um preço tão alto, a consequência, lugares vazios nos teatros!
    Referimo-nos até o momento, apenas a Mostra Oficial, sem citar o desrespeito e a falta de profissionalismo para com as companhias que participam do FRINGE.
    O Movimento dos Sem Ingresso, vêm durante estes nove anos, de forma sempre pacifica, andando na contramão da organização do Festival. Somente este ano, mais de 400 ingressos já foram doados e redistribuídos a população, sem fazer distinção de credo, raça, cor, sexualidade, religião ou CLASSE SOCIAL. Formando plateia, para que futuramente o Festival possa continuar existindo.
    O Movimento existe, porque há gana de cultura por parte de muitos em Curitiba. Mas a grande maioria não tem condições de pagar os preços ABSURDOS cobrados pela organização do Festival, que voltamos a salientar, é subsidiado por verbas públicas.
    A partir disto o MSI, vêm publicamente REPUDIAR a atitude do Sr. Leandro Knopfholz, diretor geral do festival, ontem perante as quase trinta pessoas que se encontravam em frente ao teatro do SESC da Esquina, e perante também a CIA Mogunzá, que declarou ontem, após o espetáculo, total apoio ao Movimento.
    Pode-se alegar que seria um desrespeito a aqueles que já haviam pago por seus ingressos, liberar a entrada dos integrantes do MSI.
    Pois bem, desrespeito maior cometeu a organização do Festival ao cobrar R$ 50,00 a entrada, quando este projeto é mantido através de verba pública, verba esta que todo cidadão paga através de impostos! Falta de respeito duplamente, pois o próprio espetáculo também era subsidiado por verbas públicas. E triplamente mais desrespeitoso ainda para com aqueles que compraram os ingressos, que pagaram duas vezes, em seus impostos e no valor do ingresso, para assistir ao espetáculo.
    Desejamos um dia, extinguir o Movimento, dia este em que os preços das entradas sejam mais justos, e que seja valorizado o artista, e não o lucro. Onde o que conte realmente, seja o teatro lotado, e o aplauso do expectador ao trabalho do artista.
    Salientamos também que o Movimento estuda entrar com uma ação junto ao Ministério Público para investigar porque são cobrados preços absurdos para um projeto mantido por verbas públicas, e também qual é a contrapartida social que o Festival oferece a população de Curitiba.
    Agradecemos também as doações de ingressos que recebemos da população em geral, Companhias e artistas! A todos vocês desejamos muita merda em sua vida!
    Gratos!

  6. Marcelo disse:

    pela forma que agem sou totalmente contra.
    pois eles só querem ingressos para peças famosas. não vemos eles assistirem peça de rua e nem irem nas peças do fringe. será que eles querem mesmo arte?

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