Uma Mulher Atirada

Críticas   |       |    1 de julho de 2008    |    3 comentários

Oh oh lá lá!

Fotos: Guto Muniz / Divulgação

Grhhhhhhh, grhhhhhhhhh, grhhhhhhhhh…. oliá, oliá, oliá….

Entra uma mulher baixinha com cabelo estranho e dentes grandes. Um pouco feia. Não, na verdade, horrorosa.

Oliá, oliá, gostoso…

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Katinka me achou gostoso. Não estou no melhor dia, meus olhos fundos de sono, há quase 24 horas sem tomar banho e ela me achou gostoso. Vai lá, parece que não é tão horrorosa assim.

Uno show! (…) todos morrieram!

A trupe da coitada morreu e ela vai fazer um show sozinha. Veio sem tirar o cabide de seu casaco e ainda quer fazer um show sozinha!

Gostoso!

Tudo bem, eu sou gostoso e acredito em você.

– (cambalhota) (…) (entra em um saco para se preparar) Últema moda em Afeganistão.

E do saco sai uma meninha gatinha, com peitinhos que fazem bip-bip e bunda de gelatina.

Señores e señoras, moças e rapazes, gatchos e catchoros, com vocês uno grande show!

Grande show? Sempre me disseram que grande show era o Circo de Soleil. Mas coitada, todos os outros morreram! Vamos ver do que é capaz sozinha.

Hula hoop! Uno, duo, três…. quatro!

A moça esquisita tem suas vantagems. A garotinha do Alegria roda uns 300 bambolês, mas não me chama de gostoso! Nem erra por querer! Nem parece aquelas meninas da escola que não deixavam os meninos brincar com os bambolês! É óbvio que não consigo usar 300 bambolês, mas achava que coseguia usar 3. E a mulher atirada me convence que apesar de gostoso, não consigo!

Oh oh lá lá!

– Oh oh no no!

Um tal de Wladimir pelo jeito é mais gostoso que eu! Ela o arranca da platéia para ajudá-la com 8 bambolês. Eu disse OITO HOLA HOOPS!

– Oh oh la la!

Katinka deve ser solteira e faz isso pra arrumar marido. Por que não eu, ah ah, porque não eu? Seria Wladimir melhor? E um beijo de agradecimento (smack) na boca.

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– Maestro, o Lago do Cisne!

O vestido é minúsculo e as sapatilhas são cones de trânsito. O bailarino que a ajudava morreu, mas Wladimir está na platéia pronto para dançar.

– Ta rã nã nã nã, tã tã, tã tã…

A bailarina engarrancha de cabeça para baixo em seu par que nunca estudou balé!

– Que lindo! Smack (na boca)!

Р(m̼sica instrumental) Assim com as ṃos!

Parte da platéia coloca a mão direita na cabeça em posição de sentido.

– MÃO NA CABIEÇA!

Toda a platéia coloca a mão direita na cabeça em posição de sentido. Katinka distribui quatro sacos para homens que a auxiliam, também retirados sem gentileza da platéia. Levantam os sacos e mostram nomes russos, provavelmente os falecidos companheiros soviéticos.

Os voluntários (inclusive Wladimir) vão ao centro, tiram uma sunga do saco, amassam o saco e o coloca dentro da sunga. Os russos deviam ser bem dotados.

– PRIIIIIIM! PRIIIIIIIIM!

Os russos seguem os movimentos de Katinka. Ela grita, bate, esperneia, comanda a trupe entre tapas e beijos.

– Maestro: My Way.

Como uma grande cantora de rock faz a platéia balançar as mãos pra lá e pra cá, cantando My Way.

– And now the end is near…

A voz altera a cada espectador desobediente que não balança os braços. Um garoto que não levantou a mão, já que segurava uma pipa recebe uma bronca e quando Katinka intervem com o menino seu brinquedo quebra. Se fudeu! O circo pegou fogo!

– (olhar) Me perdoa.

– (olhar) Te odeio.

Р(interior de cada alma da plat̩ia) kakakakakakaka

– (na boca de Katinka) Regreats, I’ve had a few…

– (tradução do inglês para seus sentimentos) O espetáculo tem que continuar.

Mais 4 bambolês são jogados na platéia (não. Ela não ganha um ursinho se acertar os espectador da platéia). Mais quatro gostosos são arrastados para o centro e fazem uma fila indiana junto aos outros quatro russos que já estão lá. Os bambolês são colocados acima da cabeça e balançam como ginastas em Pequim.

– And did it my way…

Р(interior de cada alma da plat̩ia) Mentira, ela ṇo vai fazer isso. Ṇo! Ṇo! Duvido!

Katinka sobe no ombro de um voluntário e vai passando dentro dos arcos.

– The record shows, I took the blows…

A platéia vai abaixo! Pouco mais de um metro e meio de gente e coloca a platéia em sua mão. O virtuosismo se rende às relações de parceria. Parceiros se amam, brigam, competem e no final brindam com vodca russa!

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Uns dois minutos de clap, clap e cinco reais para o menino do papagaio

'3 comentários para “Uma Mulher Atirada”'
  1. Edu carvalho disse:

    adoro essas coisas…adoro os loucos que se jogam…

  2. cv disse:

    putz… historinha chata
    nao consegui ler

  3. cv disse:

    putz… historinha chata
    nao consegui ler

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