Por enquanto, nada de peru

É, minha gente, está chegando o Natal e o Ano Novo, e com ele vêm aquelas semaninhas em que o teatro pára na cidade. Enquanto o pessoal dos palcos vai comer peru, nós da Bacante prepararemos, na surdina, uma mudança. Até porque aqui já rolou um Especial de Natal. Ano que vem, quando todo mundo voltar, vai encontrar uma revista mais bonita, mais prática, mas igualmente boboca e descarada. Agora é sério. Até aqui era brincadeira. Rá! Pegadinha.

Mas até ano que vem chegar, tem muita coisa pra rolar, ainda vamos curtir um pouco de 2007, que não acabou e que tem sido um ano ótimo pra essa revista sujinha (também, a revista não tem nem um ano!). Depois da maratona de festivais (Rio Preto, Porto Alegre e Rio de Janeiro), ficou uma dúvida que sempre ecoa quando se fala de teatro no Brasil: por quê diabos São Paulo não tem um festival?

A verdade – e são bairristas que aqui escrevem, não se enganem – é que a cena paulistana por si só já é um grande festival (ai que linda essa vida de iludidos…). E isso acontece muito por causa de iniciativas de curadoria que aparecem por aqui: nunca é demais juntar os beberrões do teatro. Nesse contexto, rolaram as Satyrianas – maiores do que nunca, com direito a 78 peças inéditas ininterruptas além da programação já tradicional de quase todos os teatros da região. É nessa linha também que aparece o Cabeça, Tronco e Membros, promovido pelos Parlapatões com espetáculos, performances e debates sobre a produção teatral nacional, com foco no teatro de grupo.

E também não tem como não mencionar a Mostra SESC de Artes, que realiza um pequeno festival não apenas de teatro, como também de dança, música, artes plásticas e pirações (eles sempre trazem pirações, que adoramos) de todo o Brasil e do mundo. Isso sem contar que o SESC adora pegar carona nos festivais dos outros, dando uma esticadinha na escala dos artistas internacionais que passam pelo país e trazendo boa parte deles pra se apresentar aqui.

Todos esses eventos, somados aos mais de 100 espetáculos profissionais que disputam as platéias paulistanas em semanas normais, só mostram o tanto que não damos conta mais do recado. Então, é hora de comer um amendoim e ressaltar o convite pra você – é, você mesmo – fazer parte da revista. Estamos pensando em fazer uma escola de base – neguinho aprendeu a escrever, já vai criticar peça. A brincadeira é um exagero, mas não éramos especializados quando começamos (nem talvez nunca sejamos!), o que não foi impeditivo pra botar essa coisa aqui no ar. Então não se acanhe. Se você gosta de pensar sobre o teatro e está afim de nos ajudar a cobrir o maximo do que acontece nesses palcos desse mundão, mande um e-mail pra gente!

Faça como o Rodolfo Lima e a Cássia Navas, os desajuizados que estão pra estrear por aqui. Mande textos com uma pitada de humor e um caminhão de sinceridade, a gente vai adorar colocar no ar. O que importa é mandar. Depois você se arrepende, mas manda. A Cássia, inclusive, vai nos obrigar a uma nova mudança quando estrear, porque deve escrever sobre dança e passaremos a ser uma revista da cena contemporânea (Ai, meu Deus!).

Mas então, o que a gente tava falando mesmo? Ah, é. Tem sido realmente um segundo semestre bem cheio pra Bacante, e ainda tem muita coisa pela frente nesse pouco mais de um mês de programação pela frente, pode ser que tenhamos até mais uma capital brasileira com produções resenhadas até o final do ano! E pro ano que vem, quem é que pode dizer pra onde a gente vai? Nós não sabemos, de verdade. Só esperamos que lá tenha cerveja.