Rainha[(s)] – duas atrizes em busca de um coração
Do meu atraso
Fotos: Roberto Setton
Desculpa, gente. Essa crÃtica era pra ter entrado na semana passada. Na real, o combinado era eu escrever sobre a estréia da peça Rainha[(s)] – duas atrizes em busca de um coração, mas – sabe como é – São Paulo, dia de chuva, peça à s 20h30: não deu tempo. Não que você tenha alguma coisa a ver com isso. Mas sexta-feira, chuva de verão, sem chance. Vi no domingo, depois do ensaio de um dia cansativo. Queria que fosse pós-macarronada, mas só se tivesse visto nesse domingo agora… Enfim, o que interessa? A crÃtica, pois bem.
Rainha[(s)] está na Unidade Provisória do Sesc Avenida Paulista. Tem a Georgette Fadel (aquela do Gota D’Ãgua, da entrevista e do Love N’Blembers), a Isabel Teixeira (do Gaivota – Tema para um conto curto) e é dirigido pela Cibele Forjaz (a do VemVai). E o que é? Não sei. Bem, não que eu não saiba, exatamente. Dá pra classificar de várias maneiras, todas insuficientes. Teatro pós-dramático? Talvez, pela ausência de trajetória clara dos personagens. Teatro interativo? Não dá pra dizer que uma votação seja lá uma interação, mas é uma tentativa. Investigação de novas formas? Hum, essa é difÃcil dizer, mas acho que não tem nada de realmente novo ali no palco.
Sinto (bonita palavra pra não dizer com veemência) que as escolhas tendem a psicologizar as duas personagens, ao invés de – o que me pareceria mais óbvio – tensionar semelhanças/diferenças históricas do tempo de Schiller (final do século XVIII e inÃcio do XIX) e do nosso tempo. No entanto, não vejo uma razão clara pra essa escolha e o resultado é uma coisa, assim, nem lá nem cá. Os fragmentos que foram apresentados não me permitem organizar um todo mÃnimo de onde partir pra múltiplas interpretações. O trio parece que conta demais com a compreensão do público, ou – como acontece na Gaivota da Cia dos Atores – com um pré-conhecimento do texto.
A sensação que levo é de que as coisas vão se alinhavar um pouco mais com o tempo. Acho que é a terceira vez que aceno com a necessidade de rever peças de que Georgette Fadel participa. Sinal de que encontro ali um motivo pra continuar apostando e conferindo os riscos do teatro ou o teatro de risco.
1 votação, 2 atrizes, 3 dramaturgas e muitas crises
Ps: Sentiu outra coisa totalmente diferente do que acabou de ler? Bota nos comentários, meu filho. Você não tem idéia de como será bem-vindo.
pode comentar mesmo se não for um contraponto? haha
é que eu concordo muito que a peça psicologiza as duas personagens ignorando as historicidades dos tempos, daà parece que a reconstrução do clássico vem para fechar, mais do que abrir as possibilidades de discussão artÃstica, seja ela por vias racionais ou irracionais, é quase como se a relação das duas rainhas pudesse ser lida como a relação de outras personagens quaisquer.
o pior é que a ótima atuação das atrizes parecem legitimar todas as escolhas de encenação e dramaturgia [e de fato, quase me fazem acreditar que aquilo é bom]
mas talvez estejamos sendo duros com a mais esperada encomenda SESC do ano…
os ingressos estão esgotados para toda temporada!
ainda bem que tem fila de espera!
ah, e o mais legal é que se você for da classe teatral vai poder mostrar isso pra todo mundo ao rir bem alto das piadinhas metalinguisticas!
beijos
é encomenda?
arte sem crise?
Explique-se, Liz!
Valeu pelo comentário.
Abração
ai gente preciso falar…
Georgette virou o que ? Ãcone?
como promovem as pessoas da noite pro dia…
que é ótima atriz, claro…mas acertar sempre, aà já é demais…soberana? calma minha gente…
talvez nem ela ache isso, mas pelo comentario que ouvi dela ao final de gota dagua em uma cidade do interior a achei arrogantezinho…
que levem seu coração…deixem o da outra
[…] também a crÃtica da peça aqui. Se você quiser conhecer o flickr do Nelson Kao, clica […]
[…] como a única jornalista de São Paulo no Festival que ainda não tinha visto Rainhas, aproveitei que não precisava de fila de espera (no SESC Av. Paulista, em SP, a peça ficou […]
NÓS TIVEMOS AQUI EM SÃO LUIS (MARANHÃO), SEMANA PASSADA, A SEMANA DO TEATRO E O ESPETÃCULO RAINHAS FOI APRESENTADO. O QUE ACONTECEU FOI QUE MUITA GENTE SAIU DO TEATRO EM EXTASE. O ESPETÃCULO DEU UM ANIMA A VIDA DE MUITO ATOR DE SAO LUIS QUE ENCONTRAVA-SE DESMOTIVADO. FOI LINDO! NAO SEI SE ESSA IMPRESSÃO E PELA FALTA DE COSTUME QUE NÓS TEMOS DE VER BONS ESPETACULOS E MORAR PERTO DE TANTOS POSSIBILIDADES COMO VOCÊS QUE ESTÃO EM SÃO PAULO, NÃO SEI. SÓ AGRADECO A GEOGETTE, A ISABEL, A CIBELLE E TODOS QUE ESTÃO ENVOLVIDOS NO PROJETO, O TRABALHO DELAS CONSEGUIU TOCAR MUITA GENTE DO MEIO TEATRAL DAQUI DE SÃO LUIS. DEU MUITA MOTIVAÇÃO E FORÇA PRA CONTINUAR,INCLUSIVE A MIM, AS DIFICULDADES E RESTRINÇÕES SÃO MUITAS. ÃLIAS, NÓS BASTIDORES DO TEATRO ARTHUR AZEVEDO, LOCAL DE APRESENTAÇÃO, O QUE MAIS SE COMENTAVA ERA A GRAÇA E A HUMILDADE DAS DUAS ATRIZES.
Nem sei o que te responder nesse comentário caixa áltico.
Abraço
QUE CRITICA DE CUZÃO, MEDROSO E MEDÃOCRE!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!
FALTOU MANDAR BJOS PRO ELENCO!
Oi So
Por cuzão, você quis dizer que o meu orifÃcio anal é desproporcionalmente alargado? Onde, na crÃtica, eu coloquei essa informação? Vou tentar corrigir.
Sobre o medroso e medÃocre, também não entendi do que se trata.
Você pode se explicar melhor?
Obrigado pelo comentário
Beijos
[…] possÃvel conferir Crónica de José Agarrotado, que esteve em cartaz no SESC Santana em 2008. Rainh[(a)]s – duas atrizes em busca de um coração é a “peça de festival” desse ano – depois da temporada no SESC Avenida Paulista, a […]
[…] e dinâmicos. Fugi da Georgette e da Bel porque já as vi discutindo o processo de       Rainha[(s)] em outras ocasiões. Mas acompanhei, pela manhã, o encontro de Hugo Rodas (nome forte da Unb e da […]
Só quero contar minha experiencia ao ver a peça aquie em BrasÃlia, que como ja foi dito tbm não recebemos muitas produções ao nÃvel de Rainha[(S)]. Eu simplismente não consigo fazer uma crÃtica a peça, achei genial, até concordo que não há nada de novo, mas a reutilização de outras coisas em busca do novo. Eu saà da peça em extase, Desabei a chorar e chorei até acordar no outro dia, achei simplismente genial e me tocou de tal forma que não sou capaz de ver pontos fracos na peça. Só minha experiencia.
[…] de dentro sentaram-se os participantes-artistas, a saber: Georgette Fadel e Isabel Teixeira (Rainhas [(s)], duas atrizes em busca de um coração); Susana Ribeiro (Esta propriedade está condenada); PatrÃcia Selonk, Ricardo Martins, Simone […]
[…] – Rainha[(s)] – Duas atrizes em busca de um coração/ Palestra-demonstração – Procedimentos antropofágicos; Estética e Interculturalidade 19 […]
Também fui tocada pela experiência de assistir a peça. Na verdade, me deu vontade de escrever, o que parece que é o melhor efeito que a arte pode provocar nas outras pessoas. Foi uma apresentação fascinante, as atrizes estão deslumbrantes, foi inteligente e engraçado, tocante, ponto final. Sempre quando acompanho as crÃticas teatrais me espanta a competição entre as atrizes, por papéis e por fama(tema da peça) e o dilema é não é teatro, o que é o que é teatro (também tema da peça), isso e aquilo… essa peça parece que tem o grande valor de tratar disso sem ser acadêmica, mas original e engraçada.
Olá,
Semana passada este espetáculo passou por Manaus e dividiu todos que assistiram em opiniões. Do meu ponto de vista, adorei, embora o excesso de metalinguagem? dramaturgia cênica? chegou uma hora que cansava. O espetáculo crescia quando se concentrava no texto da Elizabeth e Mary Stuart….depois vinha o momento relax com os gracejos metalinguÃsticos? das dramaturgs? enfim…
bjs a todos e parabéns as atrizes….mecheu com todos