A Noite do Aquário

Críticas   |       |    12 de abril de 2007    |    0 comentários

Sexta-Feira: A Noite do Aquário

Um aquário é um recipiente onde colocamos as vidas de alguns bichos que acreditamos estar sob nossos cuidados.

Os aquários podem ser de água doce, salgada, suja, velha ou
translúcida. Via de regra, eles servem de contemplação e também para entendermos melhor como é ter a responsabilidade pelas vidas que estão lá dentro. É parte do imaginário de quem os contempla, pensar como são frágeis esses “fiapos de vida”.

Agora que você já leu o manual, está preparado pra passar a próxima noite de sexta-feira num aquário. E tem muita gente afim de ver os peixes mais de perto. Na pré-estréia mesmo, do dia 06 de abril, além da equipe bacante, estavam presentes o dramaturgo da peça, Sergio Roveri; o ator conhecido por dançar pelado em balcões, Ivam Cabral; ninguém menos do que Marie Gabi, a Gabriela; e ele, a referência em crítica cinematográfica e, numa escala menor, em direção teatral, Rubens Ewald Filho. Além é claro, do público, que deixou de ser novidade nesse dia.

Três atores adentram o aquário e mostram que a pilha de roupas sujas da família se acumula há anos. A dramaturgia traz uma improvável relação entre uma terra imaginária e a São Paulo da década de 60. O jogo de descobertas nem parece jogado, de tão natural que soa. Nenhum dos atores poupa ações físicas para demonstrar o que os personagens estão sentindo. Daí se conclui que a direção não atrapalhou em nada a montagem; e a trilha, junto com a luz amarelada e sem frescuras remetem àquele lugar em que se pode sonhar, mas cuja realidade não se pode alterar.

A conclusão, bem, é que de tão especial o texto, parecem menores os outros aspectos. No entanto, a engrenagem funciona e muito, o oxigênio entra no áquario e o público respira no ritmo da peça. Roveri demonstra seu total domínio da linguagem do teatro e a Roosevelt ganha uma peça digna da “trilogia” de sua “criação”.

5 grãos de areia

E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias:

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